Visualidades em disputa
discussões sobre a formação do sensível da pessoa com deficiência visual
Resumo
O presente artigo se propõe a discutir dialogicamente acerca das possibilidades e dos desafios nos processos de ensino-aprendizagem na área da Arte/Educação para a formação do sensível, nas intersecções com os estudos da Cultura Visual. Nesse sentido, optamos pela revisão bibliográfica e pela crítica de arte, abarcando formulações teórico-filosóficas especialmente dedicadas às análises – processos de produção, mediação, fruição e interpretação – situados no/em trânsito com as Artes Visuais. Com efeito, nossos diálogos abraçam concepções que mapeiam a construção histórico-social da visualidade, afastando-se de limitações impostas ao universo das imagens – seus saberes, fazeres e afetos – no âmbito da educação das pessoas com deficiência visual. Igualmente instigados pela potência de atividades que corporificam experiências estéticas por meio das poéticas visuais, nos valemos dos estudos marxianos centrados no fetichismo da mercadoria e no espetáculo a fim de refletirmos – e/ou ao menos esgarçarmos –, os modos hegemônicos ocupados pelas imagens na sociedade capitalista contemporânea em suas contradições e disputas. Com essas breves discussões consideramos, de modo preliminar, que no regime estético das Artes, a imagem não se apresenta como um duplo ou uma tradução – como no caso da audiodescrição –, mas sim com uma organização a ser estabelecida esteticamente com a função-frase e a função-imagem.
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