O ensino de Matemática para pessoas com deficiência visual

Algumas reflexões sobre/no Atendimento Educacional Especializado

Resumo

Este artigo traz um recorte de uma pesquisa de Mestrado, já concluída, sobre o Atendimento Educacional Especializado (AEE) para estudantes com deficiência visual na Rede Estadual de Ensino em Campo Grande/MS. Tal pesquisa foi realizada em uma escola da área central do município em que há uma Sala de Recursos Multifuncionais (SRM), e, como objetivo geral, buscou-se compreender como a Matemática é trabalhada nesse espaço. Além disso, também se visava entender como o profissional que desempenha tal função realiza este trabalho. Para desenvolver a pesquisa, foi adotada uma abordagem qualitativa utilizando como base o cunho etnográfico. Dos alunos atendidos pela SRM, convidamos duas alunas com deficiência visual para participar da pesquisa. Para tanto, pedimos permissão para observar seus atendimentos, quando constituímos nosso diário de bordo, e para que nos concedessem uma entrevista ao término do período de observação. As alunas estudavam no Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos e estavam em ciclos diferentes da Educação Básica. Entrevistamos também três professores, todos especialistas em Educação Especial e com experiência no trabalho em SRM, principalmente com alunos com deficiência visual. Aqui, apresentaremos uma análise a partir de alguns excertos retirados das narrativas que retratam o trabalho na Sala de Recursos Multifuncionais e de observações realizadas no diário de bordo. Como conclusões, observamos que a Matemática trabalhada no AEE é adequada à necessidade dos alunos com deficiência visual, com recursos pedagógicos concretos e/ou metodológicos, buscando ser um serviço que lhes garanta a compreensão dos conteúdos da forma como necessitam, por meio de estratégias didáticas, para que seja possível a construção do conceito apresentado.