Audiodescrição como entre-lugar nas relações de ensino-aprendizagem no AEE para estudantes com baixa visão, no contexto da pandemia da covid-19

um estudo de caso, a terceira margem do rio

Resumo

O presente relato dá a conhecer uma experiência de protagonismo docente e discente no AEE, a partir do uso dos princípios orientadores da Audiodescrição (AD) e da Metodologia para Audiodescrição de Imagens Estáticas (MAIE) para instrumentalizar discentes com baixa visão em seus processos de leitura e compreensão de imagens na ambiência escolar, bem como na vida cotidiana. Ao utilizar os princípios orientadores da AD e da MAIE, respeitando-se as especificidades da funcionalidade visual de dois discentes do Ensino Fundamental 2, 7º ano, vimos, em nossos encontros do AEE, florescer possibilidades de estratégias de leitura de imagens protagonizadas pelos estudantes, resultado da análise de imagens previamente selecionadas para esse fim. Os aportes teóricos utilizados referenciam a legislação educacional brasileira para a pessoa com deficiência e fazem menção aos princípios orientadores da AD e à MAIE, à Pedagogia histórico-crítica e à Psicologia histórico-cultural, alimentando nossa linha propositiva de reflexão no contexto da ação pedagógica, no período da pandemia da covid-19. As atividades de análise de imagens (leitura e produção textual), via mediação docente, orientada pela AD e pela MAIE, ocorrem como desdobramento da curiosidade epistêmica docente para buscar aportes e criar estratégias de atuação pedagógica frente ao contexto pandêmico. O protagonismo discente destaca-se pela atitude responsiva e dialógica que os estudantes desenvolveram ao longo do processo, bem como pelas aprendizagens alcançadas e pela ampliação do seu repertório sociocultural.