Não podemos ver, não devemos tocar: quais as repercussões dessa máxima no discurso das pessoas cegas?

  • Bertrand Verine Universidade de Montpellier 3

Resumo

  Para responder ao caloroso convite de Virgínia Kastrup, eu gostaria de introduzir esta reflexão sobre ver e não ver apresentando alguns elementos de minha pesquisa sobre a expressão das outras percepções, além da visão. Os primeiros desses elementos foram publicados em francês na revista belga Voir (barré) (VERINE, 2007). Os segundos foram discutidos no colóquio belgo-marroquino Enquete intercultural sobre os territórios do visível2 (VERINE, 2014b). Agradeço, de todo coração, à Virgínia por me permitir dividi-los com os ouvintes e leitores da América Latina – continente que, até então, eu conhecia apenas por sua extraordinária literatura.

Biografia do Autor

Bertrand Verine, Universidade de Montpellier 3

Professor de análise linguística do discurso na Universidade de Montpellier 3 (França). Estuda trocas de informações por mensagens orais e por SMS, imprensa, rádio e literatura. É membro do laboratório Praxiling ligado ao Centre National de Recherche Scientifique (CNRS), onde um dos eixos de pesquisa consiste na construção da identidade pessoal e da relação com o outro por meio da linguagem. Cego desde os cinco anos de idade, ele também é administrador de duas associações de pessoas deficientes visuais: a Federação de Cegos e Amblíopes da França e o Grupo de Intelectuais Cegos e Amblíopes.

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Publicado
2017-03-09
Seção
Artigos Livres