Uma cosmologia cega sobre os fenômenos celestes

  • Marcelo Luiz Bezerra da Silva Universidade do Estado do Pará (UEPA)
  • Eder Pires de Camargo Universidade Estadual Paulista
Palavras-chave: Cosmologia, Pessoa cega, Arqueogenealogia

Resumo

Estima-se que 20% da população brasileira esteja inserida na definição clínica da deficiência visual. Por essa razão, as pessoas invisuais são um importante público-alvo das Políticas Públicas voltadas para a inclusão social e escolar. Este artigo suspende o conceito de deficiência, como resultante de uma construção histórica, para asserir, em seu lugar, a palavra-conceito “cegueira”; também contextualiza as políticas inclusivas, no cenário das subjetividades introjetadas pelo modelo econômico neoliberal, objetivando apresentar a percepção de pessoa cega sobre o Universo a partir da pergunta: quais são os aspectos instituintes da cosmologia de uma determinada pessoa cega nativa sobre os fenômenos astronômicos? Para alcançar seu objetivo, o estudo apresenta entrevista realizada com pessoa cega, escolarizada. De modo que, para refletir adequadamente acerca das informações fornecidas pela participante da pesquisa, foi necessário abordar a escola inclusiva, como política pública, no Brasil, e suas respectivas leis; o preconceito e o estigma à pessoa cega; e o ensino de astronomia. O conjunto de elementos do Cosmos elencados na entrevista aqui apresentados são: o céu, o Sol, os cometas, os asteroides, os planetas e a Terra, as estrelas cadentes, a Lua e suas fases, e o Universo. Esses elementos foram analisados sob as lentes investigativas do método arqueogenealógico proposto por Michel Foucault, que resulta de uma composição aprimorada das fases arqueológica e genealógica (que perscruta as origens daquilo que se considera como normal) que foram atravessadas pelo autor no decorrer da sua jornada epistemológica. Conclui-se que é preciso vincular Cosmologia e Cosmogonia para o ensino da astronomia, pois é nessa indissociabilidade epistêmica que se encontram as chaves para práticas docentes. Desse modo, impõe-se um novo ensino da astronomia, com métodos que sejam capazes de consorciar as diversas cosmologias e cosmogonias como fator enriquecedor desse tipo de ensino.

Biografias dos Autores

Marcelo Luiz Bezerra da Silva, Universidade do Estado do Pará (UEPA)

Doutor em Educação pela Universidade Estadual Paulista.

Eder Pires de Camargo, Universidade Estadual Paulista

Livre docente em ensino de Física pela Universidade Estadual Paulista.

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Publicado
2024-08-15