Quebra-cabeça tátil de plantas baixas: um recurso de tecnologia assistiva para alunos com deficiência visual

Palavras-chave: Deficiência Visual, Orientação e Mobilidade, Quebra-cabeça, Mapa Mental, Produto educacional

Resumo

A Orientação e Mobilidade (OM) é extremamente importante para que o aluno com deficiência visual desenvolva habilidades e técnicas que permitam a ele um melhor acesso à sua independência. Por meio da OM, o aluno pode aprender a se locomover de maneira segura e independente, não só dentro de ambientes conhecidos, mas também em ambientes desconhecidos. Nesse sentido, vasta lista de recursos de tecnologia assistiva cresce todos os dias conforme as necessidades são percebidas em todo o mundo. No intuito de compor esta lista, três pranchas que formam um conjunto de quebra-cabeças de espaços físicos do Instituto Benjamin Constant (IBC) foram desenvolvidas. Além deste conjunto, também foi desenvolvido um guia contendo o passo a passo que ensina a replicar o jogo para aplicação em outros espaços, trabalhando no jogador (aluno) seus mapas mentais, sendo utilizados na disciplina de Orientação e Mobilidade, com o acompanhamento de um profissional vidente que conheça o espaço físico do jogo. Desenvolvido para ser de fácil replicação e com baixo custo financeiro, o jogo pode ser aplicado preferencialmente a crianças com mais de dez anos (alunos), sem limite máximo de idade, podendo ser jogado por jovens, adultos e idosos que frequentem a reabilitação do Instituto Benjamin Constant. Para validar o produto educacional produzido,
as três pranchas foram aplicadas como jogo para dois revisores e três alunos, todos com deficiência visual e maiores de idade, que frequentam o IBC. Foram utilizados como instrumentos de coleta de dados a entrevista semiestruturada e a observação participante. O tratamento de dados foi realizado no software IRAMUTEQ e sua análise resultou em diferentes categorias e subcategorias. O material foi aprovado por todos os sujeitos envolvidos na pesquisa. Os materiais produzidos serão doados ao IBC para uso dos professores de Orientação e Mobilidade, e almeja-se que estejam prontos para aplicação no dia a dia do Instituto, para a facilitação da percepção dos espaços pelas pessoas com deficiência visual. Ressaltamos ainda que os passos da produção do produto educacional desta pesquisa podem ser facilmente aplicados a quaisquer espaços físicos dos mais diversos locais e instituições.

Biografias dos Autores

Sérgio Renato Mendes Martins, Instituto Benjamin Constant (IBC)

Mestrando em Ensino na Temática da Deficiência Visual (Instituto Benjamin Constant).

Aires Conceição Silva, Instituto Benjamin Constant

Doutor em Ciências, em Química (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico/Química do Instituto Benjamin Constant.

Atuando na área de produção de material didático especializado no ensino de Química para pessoas com deficiência visual.

Referências

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Publicado
2024-08-15