Promovendo a socialização e inclusão de uma aluna cega através de um jogo de cartas adaptado em braille: uma revisão de Potências e Raízes
Resumen
Este trabalho tem por objetivo apresentar as reflexões tecidas no contexto da educação inclusiva envolvendo uma estudante cega e o seu processo de socialização e aprimoramento de seus conhecimentos matemáticos a partir do desenvolvimento de um jogo denominado Pife adaptado em braille. O desenvolvimento do jogo teve como finalidade oportunizar a inclusão da aluna cega e a melhoria do seu aprendizado dos conteúdos matemáticos. O jogo foi desenvolvido no contexto de uma escola da rede pública municipal de ensino do município de Pelotas localizada ao sul do estado do Rio Grande do Sul (RS), atualmente denominada como a maior escola municipal da América Latina. O processo de desenvolvimento do jogo envolveu uma análise das necessidades específicas da estudante cega e a adaptação das regras e materiais do jogo Pife para torná-lo acessível por meio do uso do braille. Isso incluiu o uso do código braille nas cartas e a adaptação das jogadas para garantir que a estudante pudesse participar de forma independente da atividade. A pesquisa foi realizada por meio de coleta de dados a partir de um questionário contendo cinco questões e realizado com 20 estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental. O questionário foi aplicado após o desenvolvimento do jogo. As perguntas foram elaboradas com o intuito de observar a percepção dos alunos sobre a eficácia do jogo na promoção da inclusão e da socialização entre os estudantes e no aprendizado dos conteúdos matemáticos. Os resultados obtidos com a análise das respostas dos alunos evidenciam que os jogos são uma importante ferramenta para o processo de socialização, aprendizagem dos conteúdos matemáticos e inclusão de alunos cegos nas aulas de Matemática, promovendo um ambiente mais colaborativo e tornando as aulas mais dinâmicas e participativas.
Citas
ARAGÃO, Antônio Carlos Luiz. Além da sala de aula: parcerias entre professor, família e escola na Educação Inclusiva. Rebena - Revista Brasileira de Ensino e Aprendizagem, [Rio Largo, Alagoas], v. 7, p. 218-232, 2023.
BOALER, Jo. O que a matemática tem a ver com isso? Como professores e pais podem transformar a aprendizagem da Matemática e inspirar sucesso. Porto Alegre: Penso, 2019.
BRASIL. Decreto no 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis no 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, ano 141, n. 232, p. 5-10, 03 dez. 2004.
DE OLIVEIRA, Maria do Socorro Fortes. A orientação e mobilidade para cegos deficientes múltiplos: uma proposta pedagógica a partir de jogos e histórias. Benjamin Constant, Rio de Janeiro, n. 56, p. 1-12, mar. 2017. Disponível em: http://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/372/85. Acesso em: 12 out. 2023.
DE SÁ, Elizabet Dias; DE CAMPOS, Izilda Maria; SILVA, Myriam Beatriz Campolina. Atendimento educacional especializado: deficiência visual. Brasília: MEC: SEED: SEESP, 2007.
DUTRA, Flávia Barbosa da Silva et al. Adaptações de Jogos Matemáticos no Ensino Superior para Estudantes com Deficiência Visual. Benjamin Constant, Rio de Janeiro, v. 29 n. 66, p. 1-18, jun. 2023. Disponível em: http://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/919/530. Acesso em: 12 out. 2023.
FERREIRA, Aurelio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 8 ed. Curitiba: Editora Positivo, 2010.
GRANDO, Regina Célia. O conhecimento Matemático e o uso de jogos na sala de aula. 2000. 224 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2000.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo: Summus Editorial, 2015.
OLIVEIRA, Naila Maria de. Sistemas Braille e Dosvox: luzes no caminho da pessoa cega. In: LIRA, Ana Karina Morais de; FROTA, Ana Maria Monte Coelho (org.). Inclusão de alunos com deficiência na Universidade Federal do Ceará: o Projeto UFC Inclui em debate. Fortaleza: Edições UFC, 2014. p. 101-104.
RIBEIRO, Dandara. Equidade: o caminho para uma efetiva inclusão da diversidade nas empresas. In: TROCA. Rio de Janeiro, 29 set. 2021. Disponível em: https://www.sejatroca.com/blog/post/equidade-o-caminho-para-uma-efetiva-inclusao-da-diversidade-nas-empresas. Acesso em: 20 de ago. 2023.
SILVA, Maria Odete Emygdio. Da exclusão à inclusão: concepções e práticas. Revista Lusófona de Educação, Lisboa, Portugal, v. 13, n. 13, p. 135-153, 2009. Disponível em: https://recil. ensinolusofona.pt/bitstream/10437/1760/1/Silva.pdf. Acesso em: 25 ago. 2023.
SMOLE, Katia Stocco; DINIZ, Maria Ignez; CÂNDIDO, Patrícia. Jogos de matemática de 1º ao 5º ano. Porto Alegre: Artmed, 2007. (Série Cadernos do Mathema – Ensino Fundamental).
SMOLE, Katia Stocco; DINIZ, Maria Ignez; MILANI, Estela. Jogos de matemática de 6º ao 9º ano. Porto Alegre: Artmed, 2007. (Série Cadernos do Mathema – Ensino Fundamental).