Deficiência visual: a pedra e a superação

  • Deisy Parnof Universidade Comunitária da Região de Chapecó

Resumen

 

 Na condição de não mais enxergar, a pessoa passa por um processo de modificações em sua identidade, no seu dia-a-dia, nos contextos familiar e social, assim como no modo de perceber-se. Este estudo tem por objetivo investigar as reações emocionais, as mudanças de rotina, o apoio da família e o da sociedade, vivenciados pelo indivíduo ao ter a perda de sua visão definitivamente confirmada por diagnóstico médico, e sua percepção do trabalho do psicólogo no processo de reabilitação. Optou-se pelo referencial metodológico da pesquisa qualitativa, tendo como participantes cinco indivíduos residentes em municípios da região Oeste de Santa Catarina, do sexo masculino, de 25 a 50 anos de idade, que perderam a visão ao longo da vida, por doenças ou acidentes, participantes de uma instituição de prevenção da deficiência visual, bem como de habilitação e reabilitação de seus portadores.

Realizaram-se entrevistas semiestruturadas, sendo os dados analisados com base em Minayo. Constatou-se que as reações quanto à perda da visão não podem ser generalizadas, pois cada indivíduo reage e se adapta à nova condição de forma diferenciada. A história de vida dos participantes demonstrou como a perda visual pode configurar-se na vida de cada um e até afetar, diretamente, o modo de perceber esta situação e lidar com ela.

Biografía del autor/a

Deisy Parnof, Universidade Comunitária da Região de Chapecó
É graduada em Psicologia pela UNOCHAPECÓ

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Publicado
2017-03-15
Sección
Artículos