Proposta para o ensino de conteúdo de matemática a estudantes cegos
Resumen
Este artigo é fruto de um trabalho de conclusão de curso realizado em 2013 por um acadêmico de Licenciatura em Matemática da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). Trata-se de uma pesquisa realizada com um estudante cego do 7o ano do Ensino Fundamental da rede pública de Joinville (SC). A proposta inicial deste trabalho consistia em construir uma metodologia para o ensino de geometria plana e aritmética. Entender os conceitos de geometria é de grande importância para a formação de um estudante. A apropriação de conceitos geométricos é essencial para o desenvolvimento da aprendizagem, que representa um progresso no campo conceitual. No entanto, ao longo do processo viu-se que era necessário trabalhar outros conceitos por se constatar que o estudante apresentava dificuldades em relação às operações aritméticas básicas. Iniciou-se com o ensino da metodologia do soroban. O soroban garante uma agilidade e segurança nos cálculos, auxiliando no processo de ensino-aprendizagem dos estudantes cegos. Identificou-se também durante o processo de ensino que o estudante selecionado, no estudo de caso, além de ter dificuldade com as quatro operações, tinha dificuldade também com o conceito e a manipulação de unidades e dezenas. Essa vicissitude impulsionou a utilização do material dourado para a construção dos conceitos de unidade e dezena. Assim, foi modificada a proposta inicial do projeto, que era de ensinar geometria plana e aritmética. Tal transformação foi fundamental para possibilitar ao discente a construção dos conceitos iniciais de matemática, criando, assim, estofo para compreender conteúdos mais complexos. Percebeu-se que com essa mudança o estudante pode apropriar-se mais dos conteúdos em que ele tinha dificuldade, como a adição e a subtração; no entanto, em razão do tempo limitado, não se obtiveram os resultados que se esperavam.
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