A cegueira literária: olhos, ouvidos e pele entre processos e experiências de leitura

  • Sidney Vicente de Andrade Instituto de Assistência e Educação aos Cegos do Nordeste

Resumen

Com base no relato de experiência pessoal do pesquisador, o presente ensaio visa traçar um breve
panorama dos movimentos já percorridos pela leitura, desde a sua origem, no tempo da oralidade
primária, até a atualidade, quando se fala nas eras da informação e da revolução digital, contextos em
que o texto escrito verifica-se maleável e abstrato nas telas dos dispositivos eletrônicos. Desse modo,
a partir dos vários modos pelos quais este pesquisador precisou adaptar-se para consumir textos escritos, tendo em vista seu processo de perda do sentido da visão, propõe-se uma discussão acerca da
natureza da escrita, de como já esteve acessível antes e qual o estado de acessibilidade textual hoje
para pessoas cegas e, portanto, de que possibilidades essas pessoas dispõem para usufruir da arte
literária em face da ausência do sentido ao qual a leitura vem dando prioridade desde o advento da
imprensa.

Biografía del autor/a

Sidney Vicente de Andrade, Instituto de Assistência e Educação aos Cegos do Nordeste

Graduado em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Mestre em Literatura, na linha de pesquisa Literatura Comparada e Intermidialidade, pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade, do departamento de Artes e Letras da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Instrutor do Laboratório de Informática e Colaborador Pedagógico no Instituto de Assistência e Educação aos Cegos do Nordeste, em Campina Grande – PB.

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Publicado
2017-02-23
Sección
Relatos de Experiencia