Cinemática inclusiva

  • Rogerio Junqueira Prado Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) – Cuiabá, MT, Brasil
  • Henrique Alberto Moura Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc MT) – Porto Esperidião, MT, Brasil
Palavras-chave: Ensino de Física, Cinemática, Ensino Inclusivo, Teoria Histórico-Cultural de Vygotsky, Desenho Universal para Aprendizagem

Resumo

Neste artigo é apresentado um recorte de uma dissertação de mestrado, com os resultados de uma sequência didática de cinemática desenvolvida para o Ensino Médio regular com atendimento simultâneo de alunos com e sem deficiência visual. Para tanto foi utilizada como fundamentação teórica a Teoria Histórico-Cultural de Vygotsky e os princípios da didática multissensorial e do Desenho Universal para Aprendizagem (DUA). A pandemia COVID-19 provocou alguns desafios extras para a aplicação do produto desenvolvido, tendo sido necessário dividir sua aplicação em três momentos, sendo os dois primeiros numa escola estadual e o terceiro no Instituto dos Cegos do Estado de Mato Grosso – Icemat. A sequência didática foi dividida em seis planos de aula e, na tentativa de proporcionar a quebra de barreiras pedagógicas tão presentes na didática tradicional, foram confeccionados equipamentos multissensoriais para cada um deles. Esses equipamentos foram utilizados no processo de mediação dos principais conceitos de cinemática para uma melhor compreensão das equações trabalhadas. Para o último plano de aula foi construído um aparato experimental com o uso de plataforma Arduino©, para a aquisição de dados temporais de uma bola de bilhar em MRUV num plano inclinado. Nas análises qualitativa e quantitativa dos resultados obtidos, ficou evidenciada a eficácia da sequência de ensino e equipamentos construídos, uma vez que alunos com deficiência visual ficaram em situação de igualdade no processo de construção do conhecimento.

Biografias dos Autores

Rogerio Junqueira Prado, Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) – Cuiabá, MT, Brasil

Doutor em Física pela Universidade de São Paulo (USP)

Henrique Alberto Moura, Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc MT) – Porto Esperidião, MT, Brasil

Mestre em Ensino de Física pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT)

Referências

ALVES, Maria Manuela; RIBEIRO, Jaime; SIMÕES, Fática. Universal Design for Learning (UDL): Contributos para uma escola de todos. Indagatio Didactica, Aveiro, Portugal, v. 5, n. 4, p. 121-146, nov. 2013.

ARAÚJO, Mauro Sérgio Teixeira de; ABIB, Maria Lúcia Vital dos Santos. Atividades experimentais no ensino de Física: diferentes enfoques, diferentes finalidades. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 25, n. 2, p.176-194, jun. 2003.

BARBOSA, Roberto Gonçalves; COSTA, Luciano Gonsalves. O ensino de ciências/Física para surdos: um retrato. In: SIMPÓSIO EDUCAÇÃO QUE SE FAZ ESPECIAL: DEBATES E PROPOSIÇÕES, 2, 2004, Maringá. Anais [...]. Maringá: Universidade Estadual de Maringá, 2004.

BOCK, Geisa Letícia Kempfer; GESSER, Marivete; NUERNBERG, Adriano Henrique. Desenho Universal para a Aprendizagem: a produção científica no período de 2011 a 2016. Revista Brasileira Educação Especial, Marília, v. 24, n. 1, p. 143-159, jan.-mar. 2018.

BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação. Brasília, DF: Presidência da República, [2014]. Disponível em: http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-educacao-lei-n-13-005-2014

CAMARGO, Eder Pires de. Ensino de Ciências, Parâmetros Curriculares Nacionais e Necessidades Educacionais Especiais: Discussão, reflexão e diretrizes. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM ENSINO DE CIÊNCIAS, 5, 2005, Bauru, São Paulo. Atas [...]. Bauru, São Paulo: Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, 2005.

CAMARGO, Eder Pires de; NARDI, Roberto. Dificuldades e alternativas encontradas por licenciandos para o planejamento de atividades de ensino de óptica para alunos com deficiência visual. Revista Brasileira de Ensino de Física, São Paulo, v. 29, n. 1, p. 115-126, 2007.

CAMARGO, Eder Pires de. Saberes docentes para a inclusão do aluno com deficiência visual em aulas de Física. São Paulo: Editora Unesp, 2012. p. 43.

CAMARGO, Eder Pires de. Inclusão e necessidade educacional especial: compreendendo identidade e diferença por meio do ensino de física e da deficiência visual. São Paulo: Livraria da Física, 2016.

CARLETTO, Marcia Regina Vissoto. A estimulação essencial da criança cega. Dia a dia da educação. Curitiba, Paraná, 2009. Disponível em: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/producoes_pde/artigo_marcia_regina_vissoto_carletto.pdf. Acesso em: 15 jun. 2019.

CAST, 2018. Universal Design for Learning Guidelines - version 2.2. [S. l.]. Disponível em: https://udlguidelines.cast.org/. Acesso em: 20 out. 2020.

CAVALCANTI, Deiverson Rodrigo Candido. Análise do movimento do móvel usando o trilho de ar e a plataforma Arduino como aquisição de dados. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de Física) – Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2016. Disponível em: http://www.repositorio.ufal.br/handle/riufal/2118. Acesso em: 20 out. 2020.

COSTA, Luciano Gonsalves; NEVES, Marcos Cesar Danhoni; BARONE, Dante Augusto Couto. O ensino de Física para deficientes visuais a partir de uma perspectiva fenomenológica. Ciência e Educação, Bauru, v. 12, n. 2, p. 143-153, 2006.

DICKMAN, Adriana Gomes; FERREIRA, Amauri Carlos. Ensino e aprendizagem de Física a estudantes com deficiência visual: desafios e perspectivas. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, [S. l.], v. 8, n. 2, 2008. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbpec/article/view/4020/2584 . Acesso em: 15 jun. 2019.

FERREIRA, Amauri Carlos; DICKMAN, Adriana Gomes. Ensino de Física a estudantes cegos na perspectiva dos professores. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM ENSINO DE CIÊNCIAS, 6, 2007., Florianópolis, Santa Catarina. Atas [...]. Florianópolis, Santa Catarina: Universidade Federal de Santa Catarina, 2007.

FETZNER, Gilberto. Experimento de baixo custo para o ensino de Física em Nível Médio usando a placa Arduino-UNO. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de Física) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015.

MEDEIROS, Arthur et al. Uma estratégia para o ensino de associações de resistores em série/paralelo acessível a alunos com deficiência visual. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE ENSINO DE FÍSICA, 17, 2007, São Luís. Atas [...]. São Luís: Sociedade Brasileira de Física, 2007.

MOURA, Henrique Alberto . Cinemática Inclusiva. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de Física) – Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, 2021. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1u_2_3tgvRatKycfFUSvoVi4yp9OGd1lb/view.

MORAES, José Pereira; SILVA JUNIOR, Romualdo Santos. Experimentos didáticos no Ensino de Física com foco na aprendizagem significativa. Aprendizagem significativa em Revista, Porto Alegre, v. 4, n. 3, p. 61-67, 2014.

MOREIRA, Marco Antonio. Teorias de aprendizagem. São Paulo: EPU, 1999. cap. 7, p. 109-122.

NUNES, Clarisse; MADUREIRA, Isabel. Desenho Universal para a Aprendizagem: construindo práticas pedagógicas inclusivas. Da investigação às práticas, Lisboa, Portugal, v. 5, n. 2, p. 126-143, set. 2015.

SANTOS, Max Luiz de Oliveira. Experimento de Galileu do Plano Inclinado em sala de aula. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências Exatas) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2013.

STRIQUER, Marilúcia dos Santos Domingos. O processo de mediação: das definições teóricas às propostas pedagógicas. EUTOMIA – revista de Literatura e Linguistica, Recife, v. 19, n. 1, p. 142-156, jul. 2017.

WÜRFEL, Rudiane Ferrari. Contribuições da teoria Histórico-Cultural de Vigotski para a educação especial: análise do GT 15 da ANPED. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2015.

Publicado
2023-01-26