Editorial Benjamin Constant - número 60 - volume 2

  • Maria da Glória Almeida Instituto Benjamin Constant

Resumo

Revista Benjamin Constant 

Edição 60 - volume 2

Caríssimo leitor!

Como é bom reencontrá-lo!

Tornou-se uma tradição a diversidade de assuntos abordados em nosso periódico. É dessa diversidade, cremos, que nasce o interesse e a busca por nossos artigos, depoimentos e relatos. São assuntos que trazem à luz conhecimentos necessários a tantos profissionais que militam em diferentes áreas.

Pedagogia multissensorial, acessibilidade no Ensino Superior, audiodescrição na esfera cinematográfica, comunicação tátil para crianças com múltiplas deficiências sensoriais formam o escopo desse número de nossa revista. Convido-o a fazermos juntos uma emersão na leitura desses quatro trabalhos cujos comentários vão a seguir. Temos certeza de que os pesquisadores-autores desses textos trarão ideias, reflexões e uma contribuição concreta aos que procuram saberes e práticas referentes à deficiência visual.  

O primeiro artigo intitulado “A Pedagogia Multissensorial com Crianças Cegas ou com Baixa Visão” dos autores Bernardo Alves, Beatriz Coelho, Rayanne da Costa, Sofia Hallais, Angélica Monteiro, Márcia Nascimento e Maria da Conceição Almeida de Barbosa-Lima trabalha um tema imprescindível na educação de crianças com deficiência visual. A compreensão da importância dos sentidos e o desenvolvimento de cada um deles na aquisição do conhecimento, constitui a base da aprendizagem de crianças cegas ou com baixa visão. Os sentidos convertem-se em vias de captação de sensações, percepções e, posteriormente, estabelecem os alicerces para a construção de conceitos. A sensorialidade precisa ser vista com atenção e rigor, já que ela é canal de informação de diferentes áreas, informação que é processada no cérebro. Assim, é uma pedagogia que trabalha verdadeiramente as estruturas cognitivas que abrem para a criança a trilha do conhecimento efetivo, concreto.

As pesquisadoras Luciane Molina Barbosa e Mariana Aranha de Souza discutem no segundo artigo, “O estudante com deficiência visual no Ensino Superior e a aprendizagem ativa: uma questão de acessibilidade”.          É esse um problema que precisa ser analisado com a clareza exigida por esses novos tempos: a efetiva participação da pessoa com deficiência na educação, em particular no Ensino Superior. O estudante com deficiência visual como qualquer outro, precisa sentir-se partícipe e não mero coadjuvante do seu processo educacional e de formação. Para tanto, esforços precisam ser envidados na área da acessibilidade, tanto no âmbito legal, quanto no âmbito da consciência da sociedade.  

É uma discussão absolutamente necessária.

O terceiro artigo revela-nos mais uma ponte entre a pessoa com deficiência visual em especial o cego, e o acesso ao conhecimento, à arte e à cultura. Trata-se da audiodescrição.

Marcia de Oliveira Gomes traz o estudo “Como fazer sentido(s): uma análise de audiodescrição da adaptação fílmica de “A entrevista”. O trabalho nos coloca uma questão de suma importância: o filme é mais uma linguagem que deve ser levada à pessoa com deficiência visual. Tal acesso propicia o alargamento de horizontes, uma ampla compreensão de mundo e uma forma múltipla de inclusão.

“O uso de gestos, objetos e símbolos táteis por crianças com deficiência múltipla sensorial”

Flávia Daniela dos Santos Moreira.

Este quarto e último artigo levanta dados referentes ao estudo I da Tese de Doutorado da autora que pesquisa a comunicação tátil em relação às crianças com deficiências múltiplas sensoriais. A comunicação, na atualidade, é um conjunto de saberes e práticas que permeia todas as áreas do conhecimento humano.

A pesquisadora oferece-nos dois relatos que atestam a relevância de seu estudo.

Pesquisas, teorias, práticas docentes estão impressas nos estudos apresentados. Esperamos que no próximo número de nossa revista, possamos contar com você, leitor, a fim de discutirmos, refletirmos e encontrarmos caminhos que apontem para nosso crescimento profissional.

Até lá.

Maria da Gloria de Souza Almeida

Publicado
2019-11-30
Seção
Editorial