Matemática inclusiva em ação: um estudo de caso de deficiência visual na Educação Básica

  • Gabriel Luís da Conceição Colégio de Aplicação do Centro Universitário Geraldo Di Biase (CAP/UGB)
  • Chang Kuo Rodriguês Universidade Grande Rio - Unigranrio
Palavras-chave: Tecnologia, Deficiência visual, Educação matemática inclusiva, Geometria plana, Materiais concretos

Resumo

Este trabalho tem como objetivo investigar a utilização de materiais concretos e da tecnologia no processo de ensino-aprendizagem da Matemática, mais especificamente da Geometria Plana e Espacial, por alunos com deficiência visual. Neste trabalho, é relatada a pesquisa realizada com uma aluna que tem tal deficiência, estudante de uma escola regular de Volta Redonda/RJ e frequentadora, em dias esporádicos, de uma escola especializada, onde foram utilizados materiais concretos e ferramentas tecnológicas para o ensino de Geometria Plana, com o auxílio dos blocos lógicos e do geoplano (materiais concretos) e do sistema computacional de síntese de voz, DosVox. Diante do desenvolvimento do presente estudo, foi possível observar que a utilização dos materiais concretos apoiados pela tecnologia contribui, de forma efetiva, para a compreensão de conceitos matemáticos. Além disso, após este estudo, pudemos concluir que a deficiência visual não impede que o aluno aprenda Matemática, pois não enxergar não significa ser incapaz de compreender conceitos e conteúdos matemáticos. Apesar de todas as limitações impostas pela cegueira, a aluna nos mostrou ter habilidades incríveis, como a memorização e a capacidade de "enxergar" com as mãos.

Biografias dos Autores

Gabriel Luís da Conceição, Colégio de Aplicação do Centro Universitário Geraldo Di Biase (CAP/UGB)

 

Mestrando em Educação Matemática, especialista em Metodologia do Ensino da Matemática e em Novas Tecnologias para o Ensino da Matemática e graduado em Matemática. Atualmente, é professor do Colégio de Aplicação do Centro Universitário Geraldo Di Biase (CAP/UGB) e da Faculdade Sul Fluminense (FaSF), tutor do consórcio Universidade Federal Fluminense/Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (UFF/Cederj) e professor/tutor da Universidade Severino Sombra (USS). Suas áreas de pesquisa e interesse são: educação matemática, novas tecnologias da informação e comunicação no ensino da Matemática e métodos matemáticos em finanças.

Chang Kuo Rodriguês, Universidade Grande Rio - Unigranrio

Doutora em Educação Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2009), mestra em Educação Matemática pela Universidade Santa Úrsula (1999) e graduada em Licenciatura em Ciências Plenas pelo Centro Universitário de Brasília (1984). Atualmente, é professora adjunta da Universidade Grande Rio nos cursos de graduação e pós-graduação (lato sensu e stricto sensu), do Colégio Cristo Redentor, do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora e professora colaboradora do Programa de Mestrado Profissional em Educação Matemática da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Tem experiência na área de Matemática, com ênfase em educação matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: formação de professores, educação matemática, ensino e aprendizagem em Matemática, estatística e educação estatística e Matemática inclusiva.

Referências

BORGES, J. A. DosVox: um novo acesso dos cegos à cultura e ao trabalho. Revista Benjamin Constant, Rio de Janeiro: IBC, n. 3, maio 1996.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: matemática. 1o e 2o ciclos Brasília, 1997.

CALCUVOX: manual do programa DosVox: Disponível em: <http://intervox.nce.ufrj.br/dos- vox/manuais/Calcuvox.txt>. Acesso: 3 ago. 2013.

CANZIANI, M. L. B. Educação especial: visão de um processo dinâmico e integrado. Curitiba: Educa, 1985.

FAINGUELERNT, E. K. O ensino de geometria no 1o e 2o graus. Educação Matemática em Revista, SBEM 4, p. 45-52, 1995.

FERRONATO, R. A contribuição de instrumento de inclusão no ensino de matemática. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção), Universidade Federal de Santa Catarina, Curitiba, 2002.

GIL, M. (Org.). Deficiência visual. Brasília: MEC/Secretaria de Educação a Distância, 2000.

LORENZATO, S. Por que não ensinar geometria?. Educação Matemática em Revista, SBEM 4, p. 3-13, 1995.

OLIVEIRA, M. A inclusão social e o ensino da matemática aos portadores de deficiências visuais no Distrito Federal. Monografia (Conclusão de Curso), Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2006. Disponível em: <https://www.ucb.br/sitesZ100/103/TCC/22005/MarceloAraujo.pdf>. Acesso em: 1o ago. 2013.

PROJETO DOSVOX. Rio de Janeiro: UFRJ. Disponível em: . Acesso em: 1o jun. 2013.

SÁ, E. D.; CAMPOS, I. M.; SILVA, M. B. C. Atendimento educacional especializado: deficiência visual. Brasília: Seesp/Seed/MEC, 2007.

SILVA, C. C. M.; TURATTO, J.; MACHADO, L. H. Os deficientes visuais e o acesso à informação. Revista ACB: biblioteconomia em Santa Catarina, v. 7, n. 1,2002.

TURELLA, C. F.; CONTI, K. C. Matemática e a deficiência visual: atividades desenvolvidas com o material dourado. Nossos Meios: revista brasileira para cegos. Rio de Janeiro: IBC, 2012.

Publicado
2017-03-08
Seção
Artigos Livres