A Cultura Maker na Educação em Ciências para Pessoas com Deficiência Visual:
Um Mapeamento do Cenário Brasileiro
Resumo
Nas últimas décadas, devido ao aprimoramento das políticas de inclusão, tais como o Programa Universidade para Todos, o Prouni, e a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, o Brasil tem observado um número cada vez maior de pessoas com deficiência que acessam as escolas regulares, universidades e mercado de trabalho. No contexto educacional, o Censo Escolar do Ministério da Educação e Cultura revelou que, dos estudantes com deficiência matriculados no Ensino Médio, aproximadamente 15% possuíam algum tipo de deficiência visual na ocasião. Cenário parecido foi revelado pelo Censo da Educação Superior. Dessa forma, faz-se necessário repensar metodologias e ferramentas que visem à inclusão educacional desse público, permitindo-lhe exercer sua cidadania de maneira plena e viver em sociedade com autonomia. Neste sentido, a educação científica e tecnológica para essas pessoas pode contribuir em sua formação enquanto sujeitos críticos e reflexivos, capazes de questionar e modificar o meio em que estão inseridos. No entanto, o que se tem observado é que as aulas de Ciências da Natureza, de maneira geral, estão permeadas por linguagem excessivamente visual e metodologias prioritariamente expositivas, o que
impõe barreiras comunicacionais e atitudinais que impedem a efetiva participação e aprendizado de pessoas com deficiência visual. Diante desse cenário, este trabalho tem por objetivo verificar de que maneira a Cultura Maker na educação tem sido utilizada em aulas de Ciências para esses sujeitos no contexto da sala de aula brasileira. Por meio de um mapeamento em importantes bancos de dados de trabalhos científicos, verificou-se que elementos da Cultura Maker têm sido utilizados em aulas de Ciências no Brasil na última década com o intuito principal de desenvolver recursos de tecnologias assistivas alternativas e financeiramente mais acessíveis. O amplo potencial da Cultura Maker, enquanto prática de ensino e aprendizagem pautada no aprender fazendo, permanece pouco explorado no contexto da educação em Ciências para pessoas com deficiência visual no país.
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