Processos artísticos inclusivos
Sala Experiências do Olhar no Museu do Ingá, um relato de caso
Resumo
Este artigo é um relato de experiência que serve para pensar a relação entre as instituições que atuam com pessoas com deficiência e as iniciativas propostas pelos museus para esse público. O texto propõe uma leitura posterior sobre os encontros e as ações que resultaram na proposta da Sala Experiências do Olhar, pelo Museu do Ingá, em Niterói, Rio de Janeiro, Brasil, em 2019, como um projeto-piloto. Essa leitura parte de pressupostos do campo da acessibilidade cultural e das discussões mais atuais no campo da museologia, de modo que incentive ações e práticas participativas e colaborativas envolvendo o acesso e o acolhimento da diversidade humana em museus. Pretende, também, questionar a prevalência de exposições estritamente visuais, considerando a multissensorialidade como forma de enriquecimento da experiência museológica e de fruição estética, capaz de ampliar o acesso aos espaços museais. O processo contou com articulações intersetoriais entre profissionais de museus e profissionais da saúde do campo da reabilitação. Foram realizadas atividades culturais extramuros com pessoas com deficiência visual e encontros de discussão acerca dos desafios e possibilidades de ampliação do capital cultural e fomento à participação social das pessoas em vulnerabilidade, com base no reconhecimento do direito à cultura para todos.
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