Como pensar o handicap: as representações sociais da cegueira e as dificuldades de inclusão das pessoas cegas na sociedade francesa

  • Dannyelle Valente Université Paris I Panthéon-Sorbone

Resumo

 

 Este artigo trata dos problemas enfrentados pelas pessoas cegas no âmbito das relações sociais. Com o foco especialmente voltado para o contexto francês, analisaremos as diversas imagens vinculadas à cegueira e as ações sociais implantadas, em diferentes épocas, como forma de interagir com esta particularidade. Propondo um breve apanhado histórico, trataremos, inicialmente, de algumas imagens vinculadas à cegueira na Idade Média e, em seguida, das atitudes filantrópicas emergentes no período Iluminista. Finalmente, no início do século XX veremos surgir, cada vez mais, discursos visando uma integração social por vias de compensação e adaptação. Princípios de igualdade social e medidas em prol de uma verdadeira participação das pessoas cegas na sociedade são hoje, cada vez mais, presentes nos discursos jurídicos e políticos. Porém, o que vemos ocorrer na prática ainda se difere amplamente do que é almejado em teoria. O olhar de alteridade e a discriminação são ainda moedas correntes em nosso século. Através do conceito de estigma de Goffman, nós focalizaremos especialmente as circunstâncias subjetivas, ou seja, as imagens inferiorizantes ou exageradas da cegueira, as quais, enraizadas historicamente e somadas ao atributo visível da deficiência, influenciam as condutas sociais de discriminação e de preconceito.

Biografia do Autor

Dannyelle Valente, Université Paris I Panthéon-Sorbone

Dannyelle Valente é doutoranda em Sciences de l'Art menção Études Culturelles e membro do grupo de pesquisa "Images, Cultures et Cognitions" na Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne.

Referências

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Links consultados :

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Publicado
2017-03-17
Seção
Artigos Livres