Benjamin Constant
https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC
<p>A revista <em>Benjamin Constant</em> (BC), veículo de difusão científica e cultural, é um periódico do <a href="http://www.ibc.gov.br/">Instituto Benjamin Constant</a> (IBC). Tem como missão publicar trabalhos inéditos, de autores brasileiros e estrangeiros, que contribuam para o conhecimento e o desenvolvimento do pensamento crítico e da pesquisa, na área de conhecimento interdisciplinar nas temáticas da deficiência visual, da deficiência visual associada a outras deficiências e da surdocegueira.</p>Instituto Benjamin Constantpt-BRBenjamin Constant1414-6339Editorial – Artigos do Fluxo Contínuo 2024
https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/1034
Rodrigo Agrellos CostaDiego Fernandes Coelho Nunes
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2024-09-252024-09-253068A Cultura Maker na Educação em Ciências para Pessoas com Deficiência Visual:
https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/965
<p>Nas últimas décadas, devido ao aprimoramento das políticas de inclusão, tais como o Programa Universidade para Todos, o Prouni, e a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, o Brasil tem observado um número cada vez maior de pessoas com deficiência que acessam as escolas regulares, universidades e mercado de trabalho. No contexto educacional, o Censo Escolar do Ministério da Educação e Cultura revelou que, dos estudantes com deficiência matriculados no Ensino Médio, aproximadamente 15% possuíam algum tipo de deficiência visual na ocasião. Cenário parecido foi revelado pelo Censo da Educação Superior. Dessa forma, faz-se necessário repensar metodologias e ferramentas que visem à inclusão educacional desse público, permitindo-lhe exercer sua cidadania de maneira plena e viver em sociedade com autonomia. Neste sentido, a educação científica e tecnológica para essas pessoas pode contribuir em sua formação enquanto sujeitos críticos e reflexivos, capazes de questionar e modificar o meio em que estão inseridos. No entanto, o que se tem observado é que as aulas de Ciências da Natureza, de maneira geral, estão permeadas por linguagem excessivamente visual e metodologias prioritariamente expositivas, o que<br>impõe barreiras comunicacionais e atitudinais que impedem a efetiva participação e aprendizado de pessoas com deficiência visual. Diante desse cenário, este trabalho tem por objetivo verificar de que maneira a Cultura Maker na educação tem sido utilizada em aulas de Ciências para esses sujeitos no contexto da sala de aula brasileira. Por meio de um mapeamento em importantes bancos de dados de trabalhos científicos, verificou-se que elementos da Cultura Maker têm sido utilizados em aulas de Ciências no Brasil na última década com o intuito principal de desenvolver recursos de tecnologias assistivas alternativas e financeiramente mais acessíveis. O amplo potencial da Cultura Maker, enquanto prática de ensino e aprendizagem pautada no aprender fazendo, permanece pouco explorado no contexto da educação em Ciências para pessoas com deficiência visual no país.</p>Priscila Valdênia dos SantosDaniel de Jesus Melo dos SantosWaldson Marcelo dos Santos Silva
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2024-08-142024-08-143068121 e306801Uma contribuição à produção de textos em braille utilizando impressoras 3D
https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/968
<p>O uso com qualidade do Sistema Braille para os indivíduos cegos é elementar ao acesso, permanência e independência nas diversas atividades cotidianas. A introdução desse sistema às pessoas com deficiência visual se dá na escola, diferente do que acontece com pessoas videntes, que experimentam a língua escrita desde cedo, em diferentes espaços de convívio. Assim, aquelas têm sua experiência privada ou reduzida, se comparada aos indivíduos que enxergam. Nesse sentido, propõe-se no presente trabalho uma forma de colaborar com o acesso a textos em braille utilizando impressão 3D, em um formato próximo ao padrão normativo brasileiro para textos do tipo. O trabalho, que faz parte de uma pesquisa de mestrado, buscou levantar melhores práticas para impressão 3D em sítios web e com profissionais da área, partindo para a produção, inicialmente em modelo digital, em softwares de modelagem 3D, de etiquetas em braille. Após essa etapa, foram utilizados filamentos do tipo ABS e PLA e uma impressora GTMax 3D A1V2 para efetivação dos modelos elaborados. Os resultados indicam que há possibilidade de aproximação do texto braille padronizado utilizando impressão 3D garantindo qualidade e fluidez na leitura. Conclui-se que, embora haja abertura e diferentes possibilidades, a impressão 3D depende de um contexto com bastante variação, considerando questões como o clima, até o equipamento e insumos utilizados, sendo necessário, portanto, exploração da referida atividade em diferentes realidades para o seu efetivo emprego. Para pesquisas futuras sugere-se a construção/aperfeiçoamento de um sistema que gere automaticamente etiquetas com textos braille seguindo o padrão do Ministério da Educação.</p>Welber Duarte dos SantosNaiara Miranda Rust
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2024-08-152024-08-153068118 e306802Quebra-cabeça tátil de plantas baixas: um recurso de tecnologia assistiva para alunos com deficiência visual
https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/969
<p>A Orientação e Mobilidade (OM) é extremamente importante para que o aluno com deficiência visual desenvolva habilidades e técnicas que permitam a ele um melhor acesso à sua independência. Por meio da OM, o aluno pode aprender a se locomover de maneira segura e independente, não só dentro de ambientes conhecidos, mas também em ambientes desconhecidos. Nesse sentido, vasta lista de recursos de tecnologia assistiva cresce todos os dias conforme as necessidades são percebidas em todo o mundo. No intuito de compor esta lista, três pranchas que formam um conjunto de quebra-cabeças de espaços físicos do Instituto Benjamin Constant (IBC) foram desenvolvidas. Além deste conjunto, também foi desenvolvido um guia contendo o passo a passo que ensina a replicar o jogo para aplicação em outros espaços, trabalhando no jogador (aluno) seus mapas mentais, sendo utilizados na disciplina de Orientação e Mobilidade, com o acompanhamento de um profissional vidente que conheça o espaço físico do jogo. Desenvolvido para ser de fácil replicação e com baixo custo financeiro, o jogo pode ser aplicado preferencialmente a crianças com mais de dez anos (alunos), sem limite máximo de idade, podendo ser jogado por jovens, adultos e idosos que frequentem a reabilitação do Instituto Benjamin Constant. Para validar o produto educacional produzido,<br>as três pranchas foram aplicadas como jogo para dois revisores e três alunos, todos com deficiência visual e maiores de idade, que frequentam o IBC. Foram utilizados como instrumentos de coleta de dados a entrevista semiestruturada e a observação participante. O tratamento de dados foi realizado no software IRAMUTEQ e sua análise resultou em diferentes categorias e subcategorias. O material foi aprovado por todos os sujeitos envolvidos na pesquisa. Os materiais produzidos serão doados ao IBC para uso dos professores de Orientação e Mobilidade, e almeja-se que estejam prontos para aplicação no dia a dia do Instituto, para a facilitação da percepção dos espaços pelas pessoas com deficiência visual. Ressaltamos ainda que os passos da produção do produto educacional desta pesquisa podem ser facilmente aplicados a quaisquer espaços físicos dos mais diversos locais e instituições.</p>Sérgio Renato Mendes MartinsAires Conceição Silva
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2024-08-152024-08-153068121 e306803Uma cosmologia cega sobre os fenômenos celestes
https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/974
<p>Estima-se que 20% da população brasileira esteja inserida na definição clínica da deficiência visual. Por essa razão, as pessoas invisuais são um importante público-alvo das Políticas Públicas voltadas para a inclusão social e escolar. Este artigo suspende o conceito de deficiência, como resultante de uma construção histórica, para asserir, em seu lugar, a palavra-conceito “cegueira”; também contextualiza as políticas inclusivas, no cenário das subjetividades introjetadas pelo modelo econômico neoliberal, objetivando apresentar a percepção de pessoa cega sobre o Universo a partir da pergunta: quais são os aspectos instituintes da cosmologia de uma determinada pessoa cega nativa sobre os fenômenos astronômicos? Para alcançar seu objetivo, o estudo apresenta entrevista realizada com pessoa cega, escolarizada. De modo que, para refletir adequadamente acerca das informações fornecidas pela participante da pesquisa, foi necessário abordar a escola inclusiva, como política pública, no Brasil, e suas respectivas leis; o preconceito e o estigma à pessoa cega; e o ensino de astronomia. O conjunto de elementos do Cosmos elencados na entrevista aqui apresentados são: o céu, o Sol, os cometas, os asteroides, os planetas e a Terra, as estrelas cadentes, a Lua e suas fases, e o Universo. Esses elementos foram analisados sob as lentes investigativas do método arqueogenealógico proposto por Michel Foucault, que resulta de uma composição aprimorada das fases arqueológica e genealógica (que perscruta as origens daquilo que se considera como normal) que foram atravessadas pelo autor no decorrer da sua jornada epistemológica. Conclui-se que é preciso vincular Cosmologia e Cosmogonia para o ensino da astronomia, pois é nessa indissociabilidade epistêmica que se encontram as chaves para práticas docentes. Desse modo, impõe-se um novo ensino da astronomia, com métodos que sejam capazes de consorciar as diversas cosmologias e cosmogonias como fator enriquecedor desse tipo de ensino.</p>Marcelo Luiz Bezerra da SilvaEder Pires de Camargo
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2024-08-152024-08-153068123 e306804Sequência didática interdisciplinar para alunos videntes e com baixa visão - uma proposta inclusiva
https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/988
<p>O presente trabalho tem como objetivo propor uma sequência didática (SD) interdisciplinar, para ser aplicada em uma turma do primeiro ano do Ensino Médio, com estudantes videntes e com baixa visão. Tal objetivo se justifica devido à importância da acessibilidade durante as aulas para alunos com deficiência visual (DV), à interação entre os sujeitos e aos discursos produzidos durante as atividades sobre as temáticas estudadas, em conformidade com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Diante deste contexto, trazemos para a centralidade do nosso estudo a seguinte questão: como incluir os estudantes com baixa visão, que chegam às salas de aula de escola regular comum, nas atividades pedagógicas? O tema da SD será <em>Ética nas Relações</em>, e a proposta é que seja desenvolvida por meio da metodologia ativa de ensino, no modelo rotação por estações. Os recursos acessíveis deverão ser um jogo de tabuleiro, desenvolvido especialmente para essa aula, além de vídeo, texto e áudio. O trabalho terá embasamento na literatura de Zabala (1998), que versa acerca das sequências didáticas, de Gagliardo e Nobre (2001), que abordam a importância da estimulação precoce, de Cobo, Rodriguez e Bueno (2003), que explicam acerca da deficiência visual, de Moran (2003), que propõe as metodologias ativas, e de Vygotsky (2007), que traz a abordagem dos aspectos sociais e culturais nas aprendizagens e nas relações mediadas entre os sujeitos. Finalizaremos propondo o papel do professor, em conformidade com Nóvoa (2009; 2022), na implementação de aulas que sejam condizentes com as especificidades do estudante com baixa visão, possibilitando, consequentemente, o aprendizado de todos, a partir das interações sociais em sala de aula e dos diferentes discursos produzidos pelos alunos.</p>Monica de Lima BastosValéria Cristina da Silva Corrêa DiasMaria Angélica Barbosa de Souza
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2024-08-282024-08-283068115 e306805O discurso sobre políticas públicas relacionadas à educação de pessoas com deficiência visual na primeira Revista Brasileira para Cegos (RBC)
https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/991
<p>O presente estudo se dedicou à análise do discurso do primeiro exemplar, publicado em 1942, da <em>Revista Brasileira para Cegos</em>, periódico em braille do Instituto Benjamin Constant. Em leitura inicial, percebeu-se que a publicação traz conteúdos acerca de políticas públicas da época, relacionadas à educação de pessoas com deficiência visual, cujos reflexos serão observados décadas à frente. A partir daí se pretendeu então reconstruir, por meio das marcas discursivas presentes no periódico, a memória das políticas da atualidade, refletidas nas páginas da revista. As políticas públicas utilizadas na observação foram três, produzidas pelo Poder Executivo Federal para aplicação em âmbito nacional: Política Nacional de Educação Especial (Brasil, 1994); Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (Brasil, 2008); e Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida (Brasil, 2020). A escolha dessas políticas ocorreu em função da sua abrangência e influência na elaboração de outras políticas nos demais entes federativos. A ferramenta utilizada para a investigação do <em>corpus </em>foi a análise do discurso de vertente francesa, que tem como seu principal expoente o filósofo francês Michel Pêcheux (1938 – 1983). A escolha da metodologia de análise ocorreu tendo em vista que o discurso, para Pêcheux, é construído na sociedade, no processo de luta entre classes sociais antagônicas, com as suas diversas ideologias. A análise da revista revelou que o conteúdo sobre as ações políticas ligadas à temática da deficiência visual, nos anos 40, traz consigo marcas discursivas de políticas públicas distintas (assistencialismo, educação especializada, educação inclusiva), que se entrecruzam ou se chocam, produzindo efeitos, quais sejam, a efetivação dos direitos para as pessoas com deficiência visual enquanto cidadãos. É importante ressaltar que esse processo continua nos dias de hoje, refletido nas políticas públicas de 1994, 2008 e 2020. O presente artigo se apresenta como desdobramento da pesquisa realizada durante o mestrado, concluído em 2020, do Programa de Pós-Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.</p>Jefferson Gomes de MouraEvelyn Goyannes Dill OrricoEliezer Pires da Silva
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2024-09-252024-09-253068117 e306809Promovendo a socialização e inclusão de uma aluna cega através de um jogo de cartas adaptado em braille: uma revisão de Potências e Raízes
https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/983
<p>Este trabalho tem por objetivo apresentar as reflexões tecidas no contexto da educação inclusiva envolvendo uma estudante cega e o seu processo de socialização e aprimoramento de seus conhecimentos matemáticos a partir do desenvolvimento de um jogo denominado Pife adaptado em braille. O desenvolvimento do jogo teve como finalidade oportunizar a inclusão da aluna cega e a melhoria do seu aprendizado dos conteúdos matemáticos. O jogo foi desenvolvido no contexto de uma escola da rede pública municipal de ensino do município de Pelotas localizada ao sul do estado do Rio Grande do Sul (RS), atualmente denominada como a maior escola municipal da América Latina. O processo de desenvolvimento do jogo envolveu uma análise das necessidades específicas da estudante cega e a adaptação das regras e materiais do jogo Pife para torná-lo acessível por meio do uso do braille. Isso incluiu o uso do código braille nas cartas e a adaptação das jogadas para garantir que a estudante pudesse participar de forma independente da atividade. A pesquisa foi realizada por meio de coleta de dados a partir de um questionário contendo cinco questões e realizado com 20 estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental. O questionário foi aplicado após o desenvolvimento do jogo. As perguntas foram elaboradas com o intuito de observar a percepção dos alunos sobre a eficácia do jogo na promoção da inclusão e da socialização entre os estudantes e no aprendizado dos conteúdos matemáticos. Os resultados obtidos com a análise das respostas dos alunos evidenciam que os jogos são uma importante ferramenta para o processo de socialização, aprendizagem dos conteúdos matemáticos e inclusão de alunos cegos nas aulas de Matemática, promovendo um ambiente mais colaborativo e tornando as aulas mais dinâmicas e participativas.</p>Aline de Souza MunizThaís Philipsen GrützmannVanessa Silva da Luz
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2024-08-282024-08-283068119 e306806Implantação de serviços de reabilitação da pessoa com deficiência visual na 7ª região de saúde do Rio Grande do Norte
https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/987
<p>A reabilitação como um processo que passa pela busca de independência nas atividades da vida diária requer uma prática multiprofissional sob o olhar interdisciplinar para atender a uma demanda crescente de complexidade cultural, tecnológica e científica. Este artigo tem como objetivo apresentar o processo e as ações desenvolvidas no Instituto de Ensino e Pesquisa Alberto Santos Dumont (ISD) – Organização Social vinculada ao Ministério da Educação (MEC), atuante nas áreas de saúde materno-infantil, saúde da pessoa com deficiência, neurociências e neuroengenharia –, localizada em Macaíba/RN, quando da implantação de serviços de reabilitação para pessoas com deficiência visual – cegueira e baixa visão, no período de 2022 a 2023. Sob os preceitos da pesquisa de natureza quali-quanti, do tipo exploratória, utilizou-se da escuta ativa qualificada de profissionais oriundos da Saúde e da Educação e, da análise dos dados, com base na Análise de Conteúdo. Entre os resultados alcançados constatou-se: a implementação da Linha de Atenção e Cuidado ReVer; a oferta de serviços em reabilitação visual, palestras, cursos e oficinas para os profissionais da Saúde e da Educação; o ingresso de adultos com cegueira adquirida decorrente de retinose pigmentar, glaucoma e retinopatia diabética, nos serviços de Orientação e Mobilidade, Tecnologia e Informática Acessível, Atividades de Vida Diária. Considera-se que os resultados alcançados no campo de pesquisa têm causado efeito positivo na população atendida, impactando na melhoria da qualidade de vida e nas práticas dos profissionais envolvidos, dentro e fora da instituição. Assim, paulatinamente, o vazio assistencial em reabilitação para pessoas com deficiência visual na 7ª Região de Saúde do Estado do Rio Grande do Norte será preenchido.</p>Luzia Guacira Santos Silva
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2024-09-162024-09-163068118 e306807Símbolos táteis para o ensino de óptica geométrica a estudantes com deficiência visual
https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/1008
<p>Neste trabalho, desenvolvemos e testamos símbolos táteis para representar diagramas da óptica geométrica, visando facilitar o aprendizado de estudantes com deficiência visual. A proposta foi desenvolvida em três etapas: criação e teste de símbolos em relevo, aplicação dos símbolos em sala de aula, e realização de entrevistas com os participantes. Os símbolos foram desenvolvidos com auxílio de uma revisora de braille, que sugeriu melhorias, como o uso de cola relevo para destacar pontos específicos, implementadas com sucesso. Em maio de 2018, aplicamos os símbolos em duas situações. Na primeira aplicação, realizada durante uma aula de Física para uma turma de segundo ano do Ensino Médio, em uma escola particular, participaram 26 alunos sem deficiência visual e um estudante cego, que perdeu a visão aos 8 anos de idade. Na segunda aplicação, realizada na sala de recursos de uma escola especializada na educação de alunos com deficiência visual, participaram uma aluna e um professor de Matemática cegos e uma aluna com baixa visão severa, sendo todas condições congênitas. Os resultados mostraram que os símbolos promoveram uma melhor compreensão do conteúdo, sendo elogiados pela revisora de braille e pelo professor por seu potencial didático. Os alunos acharam os símbolos interessantes, fáceis de tatear e entender, permitindo o reconhecimento e a diferenciação das características dos espelhos e dos raios de luz. A presença de registros de lembranças visuais não se mostrou decisiva para a compreensão dos conceitos de luz, conforme observado nos alunos com cegueira adquirida ou baixa visão. As entrevistas revelaram falta de suporte, materiais e professores preparados para o ensino inclusivo. Concluímos que os símbolos táteis podem ser uma ferramenta valiosa para o ensino de óptica geométrica, assim como para a inclusão e a autonomia dos estudantes com deficiência visual. A criação de símbolos mais complexos para outros conteúdos pode ampliar ainda mais as possibilidades de aprendizado, bem como a construção de um glossário.</p>Adriana Gomes DickmanMaria Luiza Barbosa Pertence
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2024-09-162024-09-163068122 e306808