https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/issue/feed Benjamin Constant 2025-02-13T17:41:39+00:00 Rodrigo Agrellos Costa revistabenjaminconstant@ibc.gov.br Open Journal Systems <p>A revista&nbsp;<em>Benjamin Constant</em> (BC), veículo de difusão científica e cultural, é um periódico do <a href="http://www.ibc.gov.br/">Instituto Benjamin Constant</a> (IBC). Tem como missão publicar trabalhos inéditos, de autores brasileiros e estrangeiros, que contribuam para o conhecimento e o desenvolvimento do pensamento crítico e da pesquisa, na área de conhecimento interdisciplinar nas temáticas da deficiência visual, da deficiência visual associada a outras deficiências e da surdocegueira.</p> https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/1071 Expediente 2025-02-13T17:41:39+00:00 Rodrigo Agrellos Costa rodrigoagrellos@ibc.gov.br 2025-02-13T17:40:16+00:00 Copyright (c) 2025 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/1034 Editorial – Artigos do Fluxo Contínuo 2024 2024-09-25T13:05:06+00:00 Rodrigo Agrellos Costa rodrigoagrellos@ibc.gov.br Diego Fernandes Coelho Nunes diego.nunes@ibc.gov.br 2024-09-25T13:01:31+00:00 Copyright (c) 2024 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/965 A Cultura Maker na Educação em Ciências para Pessoas com Deficiência Visual: 2024-09-25T13:05:06+00:00 Priscila Valdênia dos Santos priscilavs65@ufrb.edu.br Daniel de Jesus Melo dos Santos danielmelo84@hotmail.com Waldson Marcelo dos Santos Silva waldsonmarceloss@yahoo.com.br <p>Nas últimas décadas, devido ao aprimoramento das políticas de inclusão, tais como o Programa Universidade para Todos, o Prouni, e a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, o Brasil tem observado um número cada vez maior de pessoas com deficiência que acessam as escolas regulares, universidades e mercado de trabalho. No contexto educacional, o Censo Escolar do Ministério da Educação e Cultura revelou que, dos estudantes com deficiência matriculados no Ensino Médio, aproximadamente 15% possuíam algum tipo de deficiência visual na ocasião. Cenário parecido foi revelado pelo Censo da Educação Superior. Dessa forma, faz-se necessário repensar metodologias e ferramentas que visem à inclusão educacional desse público, permitindo-lhe exercer sua cidadania de maneira plena e viver em sociedade com autonomia. Neste sentido, a educação científica e tecnológica para essas pessoas pode contribuir em sua formação enquanto sujeitos críticos e reflexivos, capazes de questionar e modificar o meio em que estão inseridos. No entanto, o que se tem observado é que as aulas de Ciências da Natureza, de maneira geral, estão permeadas por linguagem excessivamente visual e metodologias prioritariamente expositivas, o que<br>impõe barreiras comunicacionais e atitudinais que impedem a efetiva participação e aprendizado de pessoas com deficiência visual. Diante desse cenário, este trabalho tem por objetivo verificar de que maneira a Cultura Maker na educação tem sido utilizada em aulas de Ciências para esses sujeitos no contexto da sala de aula brasileira. Por meio de um mapeamento em importantes bancos de dados de trabalhos científicos, verificou-se que elementos da Cultura Maker têm sido utilizados em aulas de Ciências no Brasil na última década com o intuito principal de desenvolver recursos de tecnologias assistivas alternativas e financeiramente mais acessíveis. O amplo potencial da Cultura Maker, enquanto prática de ensino e aprendizagem pautada no aprender fazendo, permanece pouco explorado no contexto da educação em Ciências para pessoas com deficiência visual no país.</p> 2024-08-14T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/968 Uma contribuição à produção de textos em braille utilizando impressoras 3D 2024-09-25T13:05:06+00:00 Welber Duarte dos Santos welber.santos@ibc.gov.br Naiara Miranda Rust naiaramrust@gmail.com <p>O uso com qualidade do Sistema Braille para os indivíduos cegos é elementar ao acesso, permanência e independência nas diversas atividades cotidianas. A introdução desse sistema às pessoas com deficiência visual se dá na escola, diferente do que acontece com pessoas videntes, que experimentam a língua escrita desde cedo, em diferentes espaços de convívio. Assim, aquelas têm sua experiência privada ou reduzida, se comparada aos indivíduos que enxergam. Nesse sentido, propõe-se no presente trabalho uma forma de colaborar com o acesso a textos em braille utilizando impressão 3D, em um formato próximo ao padrão normativo brasileiro para textos do tipo. O trabalho, que faz parte de uma pesquisa de mestrado, buscou levantar melhores práticas para impressão 3D em sítios web e com profissionais da área, partindo para a produção, inicialmente em modelo digital, em softwares de modelagem 3D, de etiquetas em braille. Após essa etapa, foram utilizados filamentos do tipo ABS e PLA e uma impressora GTMax 3D A1V2 para efetivação dos modelos elaborados. Os resultados indicam que há possibilidade de aproximação do texto braille padronizado utilizando impressão 3D garantindo qualidade e fluidez na leitura. Conclui-se que, embora haja abertura e diferentes possibilidades, a impressão 3D depende de um contexto com bastante variação, considerando questões como o clima, até o equipamento e insumos utilizados, sendo necessário, portanto, exploração da referida atividade em diferentes realidades para o seu efetivo emprego. Para pesquisas futuras sugere-se a construção/aperfeiçoamento de um sistema que gere automaticamente etiquetas com textos braille seguindo o padrão do Ministério da Educação.</p> 2024-08-15T12:00:32+00:00 Copyright (c) 2024 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/969 Quebra-cabeça tátil de plantas baixas: um recurso de tecnologia assistiva para alunos com deficiência visual 2024-09-25T13:05:07+00:00 Sérgio Renato Mendes Martins sergiorenatomartins@gmail.com Aires Conceição Silva airessilva@ibc.gov.br <p>A Orientação e Mobilidade (OM) é extremamente importante para que o aluno com deficiência visual desenvolva habilidades e técnicas que permitam a ele um melhor acesso à sua independência. Por meio da OM, o aluno pode aprender a se locomover de maneira segura e independente, não só dentro de ambientes conhecidos, mas também em ambientes desconhecidos. Nesse sentido, vasta lista de recursos de tecnologia assistiva cresce todos os dias conforme as necessidades são percebidas em todo o mundo. No intuito de compor esta lista, três pranchas que formam um conjunto de quebra-cabeças de espaços físicos do Instituto Benjamin Constant (IBC) foram desenvolvidas. Além deste conjunto, também foi desenvolvido um guia contendo o passo a passo que ensina a replicar o jogo para aplicação em outros espaços, trabalhando no jogador (aluno) seus mapas mentais, sendo utilizados na disciplina de Orientação e Mobilidade, com o acompanhamento de um profissional vidente que conheça o espaço físico do jogo. Desenvolvido para ser de fácil replicação e com baixo custo financeiro, o jogo pode ser aplicado preferencialmente a crianças com mais de dez anos (alunos), sem limite máximo de idade, podendo ser jogado por jovens, adultos e idosos que frequentem a reabilitação do Instituto Benjamin Constant. Para validar o produto educacional produzido,<br>as três pranchas foram aplicadas como jogo para dois revisores e três alunos, todos com deficiência visual e maiores de idade, que frequentam o IBC. Foram utilizados como instrumentos de coleta de dados a entrevista semiestruturada e a observação participante. O tratamento de dados foi realizado no software IRAMUTEQ e sua análise resultou em diferentes categorias e subcategorias. O material foi aprovado por todos os sujeitos envolvidos na pesquisa. Os materiais produzidos serão doados ao IBC para uso dos professores de Orientação e Mobilidade, e almeja-se que estejam prontos para aplicação no dia a dia do Instituto, para a facilitação da percepção dos espaços pelas pessoas com deficiência visual. Ressaltamos ainda que os passos da produção do produto educacional desta pesquisa podem ser facilmente aplicados a quaisquer espaços físicos dos mais diversos locais e instituições.</p> 2024-08-15T00:00:00+00:00 Copyright (c) 2024 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/974 Uma cosmologia cega sobre os fenômenos celestes 2024-09-25T13:05:07+00:00 Marcelo Luiz Bezerra da Silva marcelo.bezerra@unesp.br Eder Pires de Camargo eder.camargo@unesp.br <p>Estima-se que 20% da população brasileira esteja inserida na definição clínica da deficiência visual. Por essa razão, as pessoas invisuais são um importante público-alvo das Políticas Públicas voltadas para a inclusão social e escolar. Este artigo suspende o conceito de deficiência, como resultante de uma construção histórica, para asserir, em seu lugar, a palavra-conceito “cegueira”; também contextualiza as políticas inclusivas, no cenário das subjetividades introjetadas pelo modelo econômico neoliberal, objetivando apresentar a percepção de pessoa cega sobre o Universo a partir da pergunta: quais são os aspectos instituintes da cosmologia de uma determinada pessoa cega nativa sobre os fenômenos astronômicos? Para alcançar seu objetivo, o estudo apresenta entrevista realizada com pessoa cega, escolarizada. De modo que, para refletir adequadamente acerca das informações fornecidas pela participante da pesquisa, foi necessário abordar a escola inclusiva, como política pública, no Brasil, e suas respectivas leis; o preconceito e o estigma à pessoa cega; e o ensino de astronomia. O conjunto de elementos do Cosmos elencados na entrevista aqui apresentados são: o céu, o Sol, os cometas, os asteroides, os planetas e a Terra, as estrelas cadentes, a Lua e suas fases, e o Universo. Esses elementos foram analisados sob as lentes investigativas do método arqueogenealógico proposto por Michel Foucault, que resulta de uma composição aprimorada das fases arqueológica e genealógica (que perscruta as origens daquilo que se considera como normal) que foram atravessadas pelo autor no decorrer da sua jornada epistemológica. Conclui-se que é preciso vincular Cosmologia e Cosmogonia para o ensino da astronomia, pois é nessa indissociabilidade epistêmica que se encontram as chaves para práticas docentes. Desse modo, impõe-se um novo ensino da astronomia, com métodos que sejam capazes de consorciar as diversas cosmologias e cosmogonias como fator enriquecedor desse tipo de ensino.</p> 2024-08-15T12:16:33+00:00 Copyright (c) 2024 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/988 Sequência didática interdisciplinar para alunos videntes e com baixa visão - uma proposta inclusiva 2024-09-25T14:47:44+00:00 Monica de Lima Bastos monicabastos2009@gmail.com Valéria Cristina da Silva Corrêa Dias valeriacsdias@gmail.com Maria Angélica Barbosa de Souza mangelicauff@gmail.com <p>O presente trabalho tem como objetivo propor uma sequência didática (SD) interdisciplinar, para ser aplicada em uma turma do primeiro ano do Ensino Médio, com estudantes videntes e com baixa visão. Tal objetivo se justifica devido à importância da acessibilidade durante as aulas para alunos com deficiência visual (DV), à interação entre os sujeitos e aos discursos produzidos durante as atividades sobre as temáticas estudadas, em conformidade com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Diante deste contexto, trazemos para a centralidade do nosso estudo a seguinte questão: como incluir os estudantes com baixa visão, que chegam às salas de aula de escola regular comum, nas atividades pedagógicas? O tema da SD será <em>Ética nas Relações</em>, e a proposta é que seja desenvolvida por meio da metodologia ativa de ensino, no modelo rotação por estações. Os recursos acessíveis deverão ser um jogo de tabuleiro, desenvolvido especialmente para essa aula, além de vídeo, texto e áudio. O trabalho terá embasamento na literatura de Zabala (1998), que versa acerca das sequências didáticas, de Gagliardo e Nobre (2001), que abordam a importância da estimulação precoce, de Cobo, Rodriguez e Bueno (2003), que explicam acerca da deficiência visual, de Moran (2003), que propõe as metodologias ativas, e de Vygotsky (2007), que traz a abordagem dos aspectos sociais e culturais nas aprendizagens e nas relações mediadas entre os sujeitos. Finalizaremos propondo o papel do professor, em conformidade com Nóvoa (2009; 2022), na implementação de aulas que sejam condizentes com as especificidades do estudante com baixa visão, possibilitando, consequentemente, o aprendizado de todos, a partir das interações sociais em sala de aula e dos diferentes discursos produzidos pelos alunos.</p> 2024-08-28T19:52:22+00:00 Copyright (c) 2024 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/991 O discurso sobre políticas públicas relacionadas à educação de pessoas com deficiência visual na primeira Revista Brasileira para Cegos (RBC) 2024-09-25T14:46:12+00:00 Jefferson Gomes de Moura jefmoura@gmail.com Evelyn Goyannes Dill Orrico orrico.evelyn@gmail.com Eliezer Pires da Silva eliezer.silva@unirio.br <p>O presente estudo se dedicou à análise do discurso do primeiro exemplar, publicado em 1942, da <em>Revista Brasileira para Cegos</em>, periódico em braille do Instituto Benjamin Constant. Em leitura inicial, percebeu-se que a publicação traz conteúdos acerca de políticas públicas da época, relacionadas à educação de pessoas com deficiência visual, cujos reflexos serão observados décadas à frente. A partir daí se pretendeu então reconstruir, por meio das marcas discursivas presentes no periódico, a memória das políticas da atualidade, refletidas nas páginas da revista. As políticas públicas utilizadas na observação foram três, produzidas pelo Poder Executivo Federal para aplicação em âmbito nacional: Política Nacional de Educação Especial (Brasil, 1994); Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (Brasil, 2008); e Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida (Brasil, 2020). A escolha dessas políticas ocorreu em função da sua abrangência e influência na elaboração de outras políticas nos demais entes federativos. A ferramenta utilizada para a investigação do <em>corpus </em>foi a análise do discurso de vertente francesa, que tem como seu principal expoente o filósofo francês Michel Pêcheux (1938 – 1983). A escolha da metodologia de análise ocorreu tendo em vista que o discurso, para Pêcheux, é construído na sociedade, no processo de luta entre classes sociais antagônicas, com as suas diversas ideologias. A análise da revista revelou que o conteúdo sobre as ações políticas ligadas à temática da deficiência visual, nos anos 40, traz consigo marcas discursivas de políticas públicas distintas (assistencialismo, educação especializada, educação inclusiva), que se entrecruzam ou se chocam, produzindo efeitos, quais sejam, a efetivação dos direitos para as pessoas com deficiência visual enquanto cidadãos. É importante ressaltar que esse processo continua nos dias de hoje, refletido nas políticas públicas de 1994, 2008 e 2020. O presente artigo se apresenta como desdobramento da pesquisa realizada durante o mestrado, concluído em 2020, do Programa de Pós-Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.</p> 2024-09-25T14:46:12+00:00 Copyright (c) 2024 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/983 Promovendo a socialização e inclusão de uma aluna cega através de um jogo de cartas adaptado em braille: uma revisão de Potências e Raízes 2024-09-25T13:05:08+00:00 Aline de Souza Muniz alinesm48@gmail.com Thaís Philipsen Grützmann thaisclmd2@gmail.com Vanessa Silva da Luz vanessa.furg@hotmail.com <p>Este trabalho tem por objetivo apresentar as reflexões tecidas no contexto da educação inclusiva envolvendo uma estudante cega e o seu processo de socialização e aprimoramento de seus conhecimentos matemáticos a partir do desenvolvimento de um jogo denominado Pife adaptado em braille. O desenvolvimento do jogo teve como finalidade oportunizar a inclusão da aluna cega e a melhoria do seu aprendizado dos conteúdos matemáticos. O jogo foi desenvolvido no contexto de uma escola da rede pública municipal de ensino do município de Pelotas localizada ao sul do estado do Rio Grande do Sul (RS), atualmente denominada como a maior escola municipal da América Latina. O processo de desenvolvimento do jogo envolveu uma análise das necessidades específicas da estudante cega e a adaptação das regras e materiais do jogo Pife para torná-lo acessível por meio do uso do braille. Isso incluiu o uso do código braille nas cartas e a adaptação das jogadas para garantir que a estudante pudesse participar de forma independente da atividade. A pesquisa foi realizada por meio de coleta de dados a partir de um questionário contendo cinco questões e realizado com 20 estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental. O questionário foi aplicado após o desenvolvimento do jogo. As perguntas foram elaboradas com o intuito de observar a percepção dos alunos sobre a eficácia do jogo na promoção da inclusão e da socialização entre os estudantes e no aprendizado dos conteúdos matemáticos. Os resultados obtidos com a análise das respostas dos alunos evidenciam que os jogos são uma importante ferramenta para o processo de socialização, aprendizagem dos conteúdos matemáticos e inclusão de alunos cegos nas aulas de Matemática, promovendo um ambiente mais colaborativo e tornando as aulas mais dinâmicas e participativas.</p> 2024-08-28T20:01:10+00:00 Copyright (c) 2024 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/987 Implantação de serviços de reabilitação da pessoa com deficiência visual na 7ª região de saúde do Rio Grande do Norte 2024-09-25T13:05:08+00:00 Luzia Guacira Santos Silva agostoluzsilva@gmail.com <p>A reabilitação como um processo que passa pela busca de independência nas atividades da vida diária requer uma prática multiprofissional sob o olhar interdisciplinar para atender a uma demanda crescente de complexidade cultural, tecnológica e científica. Este artigo tem como objetivo apresentar o processo e as ações desenvolvidas no Instituto de Ensino e Pesquisa Alberto Santos Dumont (ISD) – Organização Social vinculada ao Ministério da Educação (MEC), atuante nas áreas de saúde materno-infantil, saúde da pessoa com deficiência, neurociências e neuroengenharia –, localizada em Macaíba/RN, quando da implantação de serviços de reabilitação para pessoas com deficiência visual – cegueira e baixa visão, no período de 2022 a 2023. Sob os preceitos da pesquisa de natureza quali-quanti, do tipo exploratória, utilizou-se da escuta ativa qualificada de profissionais oriundos da Saúde e da Educação e, da análise dos dados, com base na Análise de Conteúdo. Entre os resultados alcançados constatou-se: a implementação da Linha de Atenção e Cuidado ReVer; a oferta de serviços em reabilitação visual, palestras, cursos e oficinas para os profissionais da Saúde e da Educação; o ingresso de adultos com cegueira adquirida decorrente de retinose pigmentar, glaucoma e retinopatia diabética, nos serviços de Orientação e Mobilidade, Tecnologia e Informática Acessível, Atividades de Vida Diária. Considera-se que os resultados alcançados no campo de pesquisa têm causado efeito positivo na população atendida, impactando na melhoria da qualidade de vida e nas práticas dos profissionais envolvidos, dentro e fora da instituição. Assim, paulatinamente, o vazio assistencial em reabilitação para pessoas com deficiência visual na 7ª Região de Saúde do Estado do Rio Grande do Norte será preenchido.</p> 2024-09-16T16:42:02+00:00 Copyright (c) 2024 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/1008 Símbolos táteis para o ensino de óptica geométrica a estudantes com deficiência visual 2024-09-25T13:05:08+00:00 Adriana Gomes Dickman adickman@pucminas.br Maria Luiza Barbosa Pertence maria.pertence@gmail.com <p>Neste trabalho, desenvolvemos e testamos símbolos táteis para representar diagramas da óptica geométrica, visando facilitar o aprendizado de estudantes com deficiência visual. A proposta foi desenvolvida em três etapas: criação e teste de símbolos em relevo, aplicação dos símbolos em sala de aula, e realização de entrevistas com os participantes. Os símbolos foram desenvolvidos com auxílio de uma revisora de braille, que sugeriu melhorias, como o uso de cola relevo para destacar pontos específicos, implementadas com sucesso. Em maio de 2018, aplicamos os símbolos em duas situações. Na primeira aplicação, realizada durante uma aula de Física para uma turma de segundo ano do Ensino Médio, em uma escola particular, participaram 26 alunos sem deficiência visual e um estudante cego, que perdeu a visão aos 8 anos de idade. Na segunda aplicação, realizada na sala de recursos de uma escola especializada na educação de alunos com deficiência visual, participaram uma aluna e um professor de Matemática cegos e uma aluna com baixa visão severa, sendo todas condições congênitas. Os resultados mostraram que os símbolos promoveram uma melhor compreensão do conteúdo, sendo elogiados pela revisora de braille e pelo professor por seu potencial didático. Os alunos acharam os símbolos interessantes, fáceis de tatear e entender, permitindo o reconhecimento e a diferenciação das características dos espelhos e dos raios de luz. A presença de registros de lembranças visuais não se mostrou decisiva para a compreensão dos conceitos de luz, conforme observado nos alunos com cegueira adquirida ou baixa visão. As entrevistas revelaram falta de suporte, materiais e professores preparados para o ensino inclusivo. Concluímos que os símbolos táteis podem ser uma ferramenta valiosa para o ensino de óptica geométrica, assim como para a inclusão e a autonomia dos estudantes com deficiência visual. A criação de símbolos mais complexos para outros conteúdos pode ampliar ainda mais as possibilidades de aprendizado, bem como a construção de um glossário.</p> 2024-09-16T16:26:53+00:00 Copyright (c) 2024 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/1061 Editorial - Dossiê Temático “A produção científica voltada à acessibilidade da pessoa com deficiência visual no contexto escolar: um recorte regional” 2024-12-03T13:38:47+00:00 Maria do Carmo Lobato da Silva marialobato1607@gmail.com Márcia Duarte Galvani marciaduar@yahoo.com.br Rosinete dos Santos Rodrigues rosinete.rodrigues@hotmail.com 2024-12-03T13:38:46+00:00 Copyright (c) 2024 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/990 A compreensão da escrita e leitura da pessoa com deficiência visual: um olhar docente 2024-12-03T13:39:38+00:00 Rosinete dos Santos Rodrigues rosinete.rodrigues@hotmail.com Ana Maria da Costa acosta@ufp.edu.pt <p>Este trabalho se origina como resultado da pesquisa de Doutoramento em Desenvolvimento e Perturbações da Linguagem, na Universidade Fernando Pessoa, em Porto, Portugal, no ano de 2022. Teve embasamento na teoria Sócio-Histórica de Vygotsky, por possibilitar a partir de seus conceitos uma melhor compreensão sobre o processo de inclusão e construção do conhecimento pela criança com deficiência visual, e aborda o conceito de letramento. Para Soares (2001), neste conceito existe a ideia de que para aquele que apreende a escrita se apresentarão transformações sociais, culturais, políticas, econômicas e linguísticas; e para Tfouni (2010), a alfabetização apresenta a escrita e seus códigos diante do aprendente, já o letramento irá apresentar a história da construção da escrita pela sociedade. O objetivo desta pesquisa é analisar a concepção do professor da classe comum e do atendimento especializado sobre a aprendizagem da escrita e da leitura pela criança com deficiência visual. Com o método de pesquisa-ação, as informações foram obtidas por meio do grupo de formação, entrevistas semiestruturadas e questionário. Participaram da pesquisa 10 professoras que possuíam alunos com deficiência visual. Os resultados foram organizados em categorias, e aqui serão abordados os desafios para a alfabetização e letramento da criança com deficiência visual. Foi possível inferir que nem todas as professoras que estão trabalhando com alunos nas séries iniciais são pedagogas, também nem todas possuem formação para atender alunos com deficiência visual e nem todas as formações oferecidas para as professoras na área da alfabetização abordam conteúdos pertinentes à deficiência visual. Assim, é possível compreender a necessidade de trabalho conjunto e colaborativo entre as participantes, pois, nem a formação do professor do Atendimento Educacional Especializado nem a formação do professor da classe comum são suficientes para mediar de forma isolada o processo de alfabetização da criança com deficiência visual.</p> 2024-12-03T13:39:38+00:00 Copyright (c) 2024 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/1001 Formação de professores de Matemática em serviço: planejamento de atividades para estudantes com deficiência visual 2024-12-03T13:40:07+00:00 Geisa Veregue geisa.veregue@gmail.com Márcia Duarte Galvani marciaduar@yahoo.com.br <p>Este estudo tem como objetivo caracterizar as práticas pedagógicas de professores de Matemática que atuam nos Anos Finais do Ensino Fundamental e apresentar os recursos materiais do componente curricular de Matemática que podem ser utilizados por estudantes com deficiência visual, sendo eles indicados por professores de Matemática dos Anos Finais do Ensino Fundamental, após uma formação reflexiva em serviço. Os recursos materiais foram indicados pelos professores, após minucioso estudo sobre a área pedagógica da deficiência visual, visando o desenvolvimento das habilidades que envolvem o componente curricular de Matemática. Para tanto, selecionaram alguns objetos de estudo, considerando os que são a base para a aprendizagem de outros conceitos e, ainda, os utilizados em diversos anos escolares dos Anos Finais do Ensino Fundamental, sendo eles: as quatro operações, frações, proporção, plano cartesiano, geometria plana, geometria espacial e probabilidade. Os professores tiveram como meta a indicação de recursos que possam ser utilizados por todos os estudantes, direcionando o olhar para uma prática pedagógica inclusiva. A pesquisa trata-se de um recorte dos dados de uma dissertação de mestrado, caracterizado como uma pesquisa colaborativa com enfoque qualitativo descritivo. Para a análise dos dados foram seguidos três polos cronológicos, sendo o primeiro polo denominado de pré-análise, o segundo dando-se pela exploração do material e o terceiro, pelo tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação. Os resultados apontam que as reflexões sobre as práticas, considerando os motivos e as consequências das escolhas pedagógicas, promovem confiança no planejamento de estratégias e de definição dos recursos materiais mais apropriados para o desenvolvimento de um processo de ensino e aprendizagem da disciplina de Matemática que leve o maior número de estudantes ao sucesso escolar.</p> 2024-12-03T13:40:06+00:00 Copyright (c) 2024 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/1007 Barreiras vivenciadas por servidores cegos em uma instituição pública mineira 2024-12-03T13:41:13+00:00 Nadir Rodrigues dos Santos santosuemg@yahoo.com.br Josiane Pereira Torres josianetorres.ufmg@gmail.com <p>Historicamente, as pessoas com deficiência tiveram seus direitos negligenciados em razão de atitudes capacitistas. Dentre esses direitos, o direito ao trabalho por muito tempo foi questionado devido à equivocada associação entre deficiência e competência. O acesso ao trabalho via concurso público pode ser um desafio adicional considerando o processo de seleção, que pode muitas vezes impor barreiras. Neste contexto, desenvolvemos esta pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso, que teve como objetivo investigar, a partir da perspectiva de servidores com deficiência visual que atuam em uma Instituição Federal mineira, a presença de barreiras que influenciam no desempenho de suas funções. São apresentados resultados referentes a dois participantes com deficiência visual, os quais participaram de entrevista semiestruturada, cujo roteiro foi elaborado pelas pesquisadoras. Os dados foram categorizados e analisados com base na literatura da área. Os resultados desta pesquisa revelam que a maioria das barreiras vivenciadas pelos participantes existe devido a um modelo médico de deficiência ainda enraizado na sociedade atual. Identificamos barreiras atitudinais: chefias e colegas de trabalho ainda desconhecem a totalidade dos direitos das pessoas com deficiência no serviço público. Foram constatadas também barreiras arquitetônicas, dificuldades dos servidores durante o processo de alocação de vagas e durante as avaliações de estágio probatório. A partir das análises e reflexões, identifica-se a necessidade de as instituições públicas fortalecerem suas políticas institucionais contemplando ações e iniciativas com vistas à constituição de uma cultura inclusiva nos espaços, de modo que os servidores com deficiência sejam ouvidos em suas demandas e possam desempenhar suas funções sem barreiras.</p> 2024-12-03T13:41:12+00:00 Copyright (c) 2024 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/1010 Ensino da leitura e escrita em braille no ensino remoto emergencial: desdobramentos da atuação docente 2024-12-03T13:41:49+00:00 Kelly Guedes Soares kellyamapa@gmail.com Márcia Duarte Galvani marciaduarte@ufscar.br <p>Este trabalho objetiva descrever a prática pedagógica no ensino remoto e presencial para o ensino da leitura e escrita em braille para estudantes com cegueira. Foi realizado um estudo qualitativo, com abordagem descritiva. Participaram três professoras da educação especial atuantes no Atendimento Educacional Especializado (AEE) que acompanharam estudantes com cegueira durante o ensino remoto, e três professoras regentes das turmas em que esses estudantes estavam matriculados e frequentes no retorno do ensino presencial. Os locais da pesquisa foram três escolas públicas do Amapá (AP). Foram utilizados para a coleta de dados: Roteiro semiestruturado de entrevistas; e Ficha para caracterização do Perfil e atuação docente. Os dados coletados foram analisados e organizados com a técnica de análise de conteúdo. Na primeira categoria, “Práticas pedagógicas no ensino remoto”, foi consenso na fala das professoras o uso de atividades mediadas por tecnologias e enviadas por meio do WhatsApp<em>, </em>o uso de reglete, punção e materiais concretos e recicláveis de baixo custo para atividades de refinamento e discriminação tátil. Na segunda categoria, “Aprendizagem da leitura e escrita em braille pelos estudantes com cegueira no ensino remoto”, foi possível notar que os estudantes conheceram o Sistema Braille, necessitando de mais apoio para alcançar o restante da turma na aquisição de leitura dinâmica e escrita fluente. A terceira categoria, “Leitura e escrita em braille dos estudantes com cegueira, na percepção do professor do ensino regular, pós-ensino remoto”, foi consenso o atraso no processo de alfabetização, resultante da pandemia, do apagão e da falta de formação dos professores.</p> <p><strong>Palavras-chave:</strong> Educação Especial. Ensino remoto. Deficiência visual. Escrita e leitura Braille.</p> 2024-12-03T13:41:49+00:00 Copyright (c) 2024 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/1017 Experiências formativas na construção de recursos acessíveis para alfabetização em braille de crianças cegas congênitas 2024-12-03T13:42:29+00:00 Maria do Carmo Lobato da Silva marianalobato1607@gmail.com Marcinete Ferreira Moreira marcinetefm@gmail.com Roseli de Mira Cordeiro rose_kordeiro@hotmail.com Uedio Robds Leite da Silva uedio.leite@gmail.com <p>O presente relato de experiência, intitulado “Experiências formativas na construção de recursos acessíveis para alfabetização em braille de crianças cegas congênitas”, tem como objetivo central demonstrar a relação entre a produção de material didático acessível e a aprendizagem de pessoas com cegueira. Também discorre sobre a elaboração do caderno de conceitos para desenvolver habilidades de leitura e escrita em braille, e demonstra que a formação continuada de professores é indispensável para trabalhar o instrumento produzido na alfabetização e escrita da pessoa com cegueira, além de oferecer ferramentas que possibilitarão o desenvolvimento de um ensino pautado na diferenciação, que atenderá as especificidades de todos os estudantes. Para atingirmos os objetivos, realizamos a elaboração do instrumento pedagógico concomitante às aulas e aos cursos oferecidos aos professores da rede pública de ensino, acadêmicos e comunidade em geral. Assim, foi possível ir aprimorando o caderno e o adequando às necessidades educacionais do público atendido. Dentre os resultados, desenvolveu-se uma série de atividades na elaboração do recurso didático com a utilização de material de uso cotidiano, como com o aproveitamento de recipientes, embalagens, além de material esportivo e recreação, como as bolas de ping-pong. Ao final, o caderno de conceitos pronto passou a fazer parte do plano de cursos do Centro de Apoio Pedagógico à Pessoa com Deficiência Visual (CAP) como ferramenta dos cursos da instituição por concebê-lo como um recurso pedagógico relevante ao processo de aquisição de conceitos essenciais para leitura e escrita em braille. Durante o processo de formação continuada, a elaboração de materiais didáticos acessíveis contribuiu nas práticas pedagógicas inclusivas no ensino regular possibilitando que os estudantes com cegueira tenham acessibilidade ao currículo.</p> 2024-12-03T13:42:29+00:00 Copyright (c) 2024 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/1062 Editorial - Dossiê Temático "Educação Física, Jogos e Atividades Físicas para Pessoas com Deficiência Visual" 2025-02-06T18:15:17+00:00 Arlindo Fernando Paiva de Carvalho Junior arlindofernandopaiva@ibc.gov.br Graciele Massoli Rodrigues graciele.rodrigues@saojudas.br <p>.</p> 2025-02-06T18:15:16+00:00 Copyright (c) 2025 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/996 Baixa visão e Educação Física Escolar: a efetivação de práticas pedagógicas inclusivas 2025-02-06T18:31:54+00:00 Paulo Clepard Silva Januario clepardjs@gmail.com Diego Faria de Queiroz diegofqueiroz@outlook.com Graciele Massoli Rodrigues graciele.rodrigues@saojudas.br <p>O presente relato é fruto de planejamentos sistematizados durante três anos nas aulas de Educação Física Escolar (EFE), em uma escola pública na região metropolitana de São Paulo, no atendimento a turmas do Ensino Fundamental – Anos Iniciais. As experiências descritas ocorreram no período escolarizado do 3º ano ao 5º ano e a escola contava com uma estudante com prótese ocular e com baixa visão. As atividades foram planejadas considerando esse contexto, traçando estratégias com a equipe gestora e docente para sua efetiva participação. Para esse objetivo, a estudante e os(as) demais colegas da turma foram convidados(as) a compor os planejamentos das aulas, os quais ocorreram por meio de diferentes práticas corporais, incluindo diversificação e confecção de materiais. Nesses três anos, foi possível observar a ampliação do entendimento dos(as) estudantes acerca da diferença, da inclusão e da participação nas aulas como direito de todos(as) eles(as). A estudante com baixa visão, por sua vez, que no 3º ano evitava se aproximar dos(as) colegas nas práticas corporais, apresentou uma construção de vínculo, confiança e pertencimento, o que potencializou sua participação nas aulas de EFE e reverberou em outras atividades escolares. Dentre as diversas atividades realizadas, destacamos a sua participação nos festivais internos da escola, nas temáticas de lutas e futebol. Além disso, pontuamos a participação da família da estudante nas atividades escolares, que outrora apresentava certo distanciamento. Muitos avanços foram observados nesse período, principalmente no vínculo entre os(as) estudantes, no respeito às diferenças, nas adaptações das atividades e nas parcerias estabelecidas nos planejamentos com os(as) demais profissionais. Essa experiência reforçou a necessidade de práticas pedagógicas inclusivas e colaborativas no ambiente escolar, pois mobilizou diferentes agentes e possibilitou evidenciar que as transformações ocorrem sob um planejamento construído por diferentes mãos.</p> 2025-02-06T18:31:53+00:00 Copyright (c) 2025 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/1000 (Re)CRIE práticas inclusivas para pessoas com deficiência visual em atividades físicas e desportivas 2025-02-06T18:37:48+00:00 Maria João Carvalheiro Campos mjcampos@fcdef.uc.pt <p>Apesar da educação inclusiva ser uma questão de direitos humanos e não um privilégio, as pessoas com deficiência visual (DV) experienciam frequentemente situações de isolamento e de exclusão, em particular nas atividades físicas e desportivas. No entanto, os seus sentimentos em relação à aula de Educação Física (EF) dependem das ações, das crenças e dos esforços dos seus professores. Em particular, as ações dos professores, ao tratar os alunos com DV de maneira diferente dos seus colegas, colocando-os de lado ou excluindo-os das atividades, perpetuam interações negativas entre os colegas deixando o grupo com deficiência visual com sentimentos debilitantes. Esses sentimentos são semelhantes no contexto desportivo, pela experiência negativa com a EF gerar igualmente apreensões sobre a prática desportiva e recreativa na vida adulta. Nesse sentido, é importante que os profissionais de Desporto e EF se sintam preparados para incluir participantes com DV em atividades físicas e desportivas. Assim, tendo como finalidade contribuir para a melhoria da formação profissional, e no sentido de desenvolver sessões mais equitativas e inclusivas, pretendemos apresentar recursos pedagógicos passíveis de serem utilizados na intervenção junto a participantes com DV nas atividades físicas e desportivas, nomeadamente o Modelo de inclusão “CRIE” de Campos (2019) para participantes com DV, assim como estratégias instrucionais (Lieberman, Haibach, 2016), diretrizes para ensinar crianças com DV (Lieberman, Cowart, 2011) e o espetro de inclusão em atividades físicas e desportivas (Black, Stevenson, 2012). A capacitação dos profissionais de Desporto e EF é essencial para promover o reconhecimento, a valorização das diferenças e a participação efetiva de todos. Nesse sentido, torna-se fundamental que o profissional (RE)CRIE as suas práticas por meio da implementação de recursos facilitadores na inclusão de participantes com DV.</p> 2025-02-06T18:37:48+00:00 Copyright (c) 2025 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/994 Formação de professores de Educação Física para o ensino de estudantes com deficiência visual: percepções e experiências no contexto escolar inclusivo 2025-02-06T18:47:01+00:00 Fernanda Carolina Toledo da Silva nanda_tol@hotmail.com Milena Pedro de Morais milena.educacaofisica@gmail.com Renata Matheus Willig renata.willig@ipiaget.pt <p>A Educação Física tem sido questionada sobre ser efetivamente inclusiva, e a formação, inicial e continuada, é uma das barreiras que tem sido apontada pela literatura em estudos realizados com professores e professoras de Educação Física. As inseguranças relatadas por estes docentes influenciam as percepções da competência e da qualidade da experiência e estão relacionadas tanto à falta de contato com pessoas com deficiência visual durante o processo formativo e o acompanhamento pedagógico em contexto de estágio supervisionado quanto às precárias condições de acessibilidade e adaptação de espaços e materiais nas aulas de Educação Física. Neste contexto, o objetivo deste estudo é comparar as percepções da competência e da qualidade da experiência de professores de Educação Física para o ensino de estudantes com deficiência visual. Foram participantes 105 professores de Educação Física que atuam nas escolas públicas em Portugal e 72 Professores Mestrandos. Esta é uma pesquisa exploratória, e a coleta de informações foi realizada com a aplicação do questionário de Autoeficácia para a Educação Física Inclusiva, versão portuguesa do <em>Self-Efficacy Scale for Physical Education Teacher Education Majors towards Children with Disabilities</em>. A análise das informações ocorreu com o <em>software </em>para análises estatísticas “<em>Statistical Package for the Social Sciences</em>” (SPSS 30.0). Os resultados demonstraram que tanto os professores de Educação Física quanto os Professores- -Estagiários apresentam autoeficácia positiva para o ensino de estudantes com deficiência visual, havendo diferenças significativas na percepção da qualidade da experiência. Conclui-se que a experiência docente vivenciada no contexto escolar pode ser influenciada por questões estruturais, como a acessibilidade aos espaços de aulas e materiais, mas sobretudo pelo processo de reflexão contínua sobre a prática de ensino e aprendizagem. Assim, as percepções de competência e de qualidade da experiência são positivas tanto para os Professores de Educação Física quanto para os Professores Mestrandos, notando-se diferenças significativas, quando comparadas à percepção da qualidade da experiência dos professores de Educação Física.</p> 2025-02-06T18:47:00+00:00 Copyright (c) 2025 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/998 Formação docente na e para perspectiva inclusiva: visibilizando vozes de licenciandos em Educação Física com baixa visão 2025-02-07T14:09:29+00:00 Michele Pereira de Souza da Fonseca michelepsf22@gmail.com Maria Luiza Mendes Santos professora.marialuizamendes@gmail.com Samara Oliveira Silva samara.ufrj@gmail.com <p>A lei n. 13.409 é um marco legal importante no que tange à reserva de vagas para estudantes com deficiência nas instituições públicas de Ensino Superior pela primeira vez. Nesse sentido, este artigo emerge como um recorte de uma pesquisa longitudinal que busca acompanhar estudantes com necessidades específicas no curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Para isso, nos embasamos teoricamente em um conceito de inclusão amplo, processual, dialético e infindável. Entendemos que o histórico excludente ainda deixa marcas na formação e na ação docente; buscando contrapor essa trajetória histórica, nos embasamos em elaborações sobre a formação docente na e para perspectiva inclusiva. Esse conceito busca não apenas formar professores(as) para lidar com as diferenças em suas ações futuras, mas estes são considerados enquanto seres singulares ainda na graduação. Dentro desse contexto, o objetivo do presente artigo é apresentar reflexões sobre as situações inclusivas e excludentes na Educação Física escolar e na formação docente de estudantes com deficiência visual com matrícula ativa no curso de Licenciatura em Educação Física da UFRJ. Para isso, utilizou-se como instrumento de coleta entrevistas semiestruturadas, com dois estudantes com baixa visão com matrícula ativa no curso. A partir da análise desses dados, discutimos sobre a identificação das singularidades, bem como as potencialidades e barreiras em relação à deficiência visual, situações inclusivas/excludentes na escola e também na formação docente. Dialogando com o referencial teórico, identificamos que as principais barreiras tanto no ambiente escolar quanto na universidade estão intrinsecamente ligadas à atuação dos(as) docentes que não observam singularmente cada estudante, associada a uma estrutura que não contempla as inúmeras formas de ser e estar no mundo.</p> 2025-02-06T18:53:18+00:00 Copyright (c) 2025 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/989 A experimentação do yoga em tempos de isolamento social: limites e possibilidades em relação à qualidade de vida de pessoas com deficiência visual 2025-02-06T19:02:32+00:00 Julia Mofati Azevedo juliamofatiufes@gmail.com Rayanne Rodrigues de Freitas rayannefreitas397@gmail.com José Francisco Chicon chiconjf@yahoo.com.br Maria das Graças Carvalho Silva de Sá mgracasilvasa@gmail.com <p>Este estudo objetiva compreender as contribuições da vivência do yoga para a saúde e qualidade de vida de adultos e idosos com deficiência visual durante o contexto de isolamento social pela covid-19. Especificamente busca-se problematizar, aqui, os diversos sentidos e significados atribuídos à experimentação do yoga, tomando por base a necessidade de adaptação/adequação a diversos recursos necessários a esse novo contexto de aprendizado, como: acessibilidade tecnológica, adequação dos espaços residenciais para realização das aulas, audiodescrição das atividades e disponibilidade pessoal para vivenciar o novo formato de aula. Utilizam-se os pressupostos teórico-metodológicos da pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva, na busca pela promoção do contato direto e analítico com o campo de investigação. Participaram do estudo doze adultos e idosos com deficiência visual, procedentes da Grande Vitória no estado do Espirito Santo, vinculados ao projeto de extensão “Prática pedagógica de Educação Física Adaptada para pessoas com deficiência”, desenvolvido pelo Laboratório de Educação Física Adaptada, do Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Espírito Santo (Laefa/Cefd/Ufes). Como instrumentos de coleta/produção de dados, utiliza-se das análises e investigação dos diários de campo, as avaliações internas do projeto, as fotografias e as videogravações procedentes do ano de 2020 e 2021. As informações foram produzidas por meio de registro em diário de campo, avaliações internas do projeto, fotografias e videogravações das aulas procedentes de 2020 e 2021. Os resultados revelam que a experimentação do yoga contribuiu significativamente para a saúde e qualidade de vida dos participantes do projeto, com destaque para as dimensões física e psicoemocional, ao possibilitar a manifestação e a compreensão dos variados sentimentos causados pela pandemia, além de contribuir significativamente para a manutenção das interações sociais.</p> 2025-02-06T19:02:31+00:00 Copyright (c) 2025 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/995 Lesões em atletas de judô com deficiência visual: implicações psicológicas 2025-02-07T18:31:18+00:00 Regina Brandao prof.rbrandao@usjt.br Ivan de Oliveira Freitas ivan.ofreitas@gmail.com Mateus Manzini mateusmanzini@gmail.com Marcelo Villas Boas Júnior juniormarcelo_10@hotmail.com Ciro Winckler ciro.winckler@unifesp.br <p>As lesões esportivas em atletas paralímpicos de judô podem ter implicações psicológicas significativas, afetando tanto o bem-estar mental quanto o desempenho atlético. Como em qualquer esporte, as lesões podem ser dolorosas, incapacitantes e resultar em uma recuperação prolongada. No entanto, para atletas paralímpicos, uma lesão pode assumir um significado adicional, devido à condição visual destes. Assim, o presente estudo teve por objetivo verificar as implicações psicológicas das lesões esportivas em atletas de judô com deficiência visual. Foram avaliados 13 atletas, de ambos os sexos, com média de idade de 29.50±8.25 anos, por meio de uma entrevista semiestruturada com 13 perguntas. As respostas às entrevistas foram analisadas de acordo com os procedimentos, compostos pelas seguintes etapas: a) transcrição palavra por palavra (verbatim) das respostas fornecidas pelos atletas de judô; b) leitura minuciosa das entrevistas para se familiarizar completamente com seu conteúdo; c) uma primeira seleção das informações consideradas relevantes, utilizando frases e/ou afirmações como unidades de registro; d) redução dos dados por meio da aplicação de um sistema de codificação, seguido da agrupação de diversas frases e/ou afirmações em categorias de análise com características comuns; e) validação por juízes que classificaram cada frase em uma categoria. Os resultados mostraram cinco categorias de respostas: Impacto Físico e Funcional das Lesões, Impacto Psicológico das Lesões, Pré-disposição para o Abandono da Prática, Reabilitação Psicológica, e Retorno à Prática. Medo, frustração, raiva e tristeza foram os sentimentos mais vivenciados. Estresse psicológico durante o processo de reabilitação, impaciência pelo retorno à prática, preocupação em não conseguir executar movimentos antes realizados, medo e insegurança em ter uma nova lesão e sentimentos de ansiedade em relação ao retorno à competição e ao desempenho no mesmo nível anterior à lesão também foram citados pelos atletas. Pode-se concluir que lidar com a dor, a incerteza e a pressão para retornar às competições pode ser uma jornada repleta de desafios emocionais e psicológicos para os atletas paralímpicos de judô. Assim, o impacto psicológico das lesões esportivas não deve ser subestimado, pois pode contribuir para o desenvolvimento de sintomas de estresse, ansiedade e depressão.</p> 2025-02-07T14:05:19+00:00 Copyright (c) 2025 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/997 Xadrez para pessoas com deficiência visual: saberes de um cotidiano singular no Instituto Benjamin Constant 2025-02-11T19:35:37+00:00 Arlindo Fernando Paiva de Carvalho Junior arlindofernandopaiva@ibc.gov.br <p>Cada relação com o outro e cada (des)construção do conhecimento é única e própria do cotidiano e da identidade e complexidade humanas. Por isso, as estratégias didáticas são diversas e plurais, criadas e (re)pensadas conforme as necessidades e potencialidades dos estudantes, tornando rica a prática pedagógica de cada cotidiano. O presente texto, de perspectiva qualitativa, com base em narrativa autobiográfica, busca apresentar os saberes de experiência de fazeres pedagógicos no ensino do jogo de xadrez junto a estudantes com deficiência visual (DV) do Instituto Benjamin Constant (IBC). Este relato de experiência visa compartilhar, por meio da escrita, as adaptações utilizadas no jogo para estudantes com DV, incluindo as principais regras e estratégias específicas para o seu ensino, nas aulas do IBC. Tais regras, bem como suas respectivas adaptações, são apresentadas com base nas leis do xadrez da <em>Fédération Internationale des Échecs </em>(FIDE), Federação Internacional de Xadrez. As estratégias didáticas que aqui se encontram ilustradas são (des)construídas a partir da singularidade e identidade dos estudantes com DV no IBC. Conclui-se que o xadrez é uma importante ferramenta lúdica e pedagógica para o desenvolvimento da concentração e do equilíbrio emocional, para a criação de estratégias, bem como para a melhora do autocontrole. Além disso, tal prática auxilia no aprendizado de outros saberes e possibilita interações sociais e inclusão por meio do lazer, formação educacional e profissionalização. Espera-se que os saberes apresentados possam ressoar em outros cotidianos, disseminando o xadrez para pessoas com DV e contribuindo para construção de práticas mais dignas, justas e inclusivas.</p> 2025-02-07T14:18:23+00:00 Copyright (c) 2025 Benjamin Constant https://revista.ibc.gov.br/index.php/BC/article/view/1004 Universitários com deficiência visual e atividade física em tempos de pandemia da covid-19 2025-02-07T14:27:19+00:00 Phelipe Lins de Moura phelipe.moura@cedu.ufal.br Samuel da Silva Wanderley samuel.wanderley@iefe.ufal.br Neiza de Lourdes Frederico Funes neiza.fumes@iefe.ufal.br <p>A pandemia da covid-19 impactou o modo de vida da humanidade como há muito tempo não se via, forçando o isolamento social para que o contágio pudesse ser controlado. As consequências foram de diferentes ordens, destacando-se aquelas no âmbito da saúde em geral e do bem-estar das pessoas. No campo da prática da atividade física, o fechamento de academias e outros locais de práticas esportivas e de lazer restringiram a manutenção de um estilo de vida ativo durante e após a pandemia. Considerando esta realidade, esta pesquisa teve como objetivo investigar as barreiras para a prática de atividade física durante e pós pandemia da covid-19 encontradas por universitários com deficiência visual da Universidade Federal de Alagoas. Para isso, foi realizada uma pesquisa qualitativa, utilizando a entrevista semiestruturada com universitários desse perfil. Os resultados apontaram diversas dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiência visual para manter um estilo de vida ativo em meio às circunstâncias desafiadoras impostas pela pandemia e pela sociedade. Dentre elas, destacaram-se a falta de acessibilidade em instalações esportivas e nos meios de transporte, a ausência de programas voltados para pessoas com deficiência e o preconceito social. Considerando-se o papel da atividade para a melhoria da saúde mental, o aumento da socialização e a promoção da autonomia de pessoas com deficiência visual, ressalta-se a necessidade de assegurar a inclusão e a acessibilidade em todas as esferas das atividades físicas para pessoas com deficiência, incluindo os ambientes universitários.</p> 2025-02-07T14:27:19+00:00 Copyright (c) 2025 Benjamin Constant